Do Jornal do Comércio – RS
Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas/Ilustração
A pandemia de Covid-19 trouxe profundas mudanças na forma como as pessoas se movimentam pelas cidades e isso está refletido na pesquisa do Datafolha, encomendada pela Uber, para entender o futuro da mobilidade na Região Metropolitana de Porto Alegre. De acordo com o levantamento feito pelo instituto de pesquisa, 54% dos moradores de Porto Alegre que não possuem veículo próprio consideram o transporte por aplicativo a opção mais segura para viajar durante a pandemia. A bicicleta foi considerada a segunda melhor opção (27%) e o transporte público e táxi ficaram com a terceira posição, com apenas 2%.
O Datafolha também perguntou os motivos para a escolha do modal de transporte durante a pandemia: 27% dizem que o aspecto mais importante para a escolha é o grau de aglomeração, já cerca de 16% dizem que a segurança do transporte é o fator mais importante. O risco de contaminação (15%) e a facilidade de acesso (14%) vem logo em seguida como fatores mais importantes.
Com essa preferência pelos aplicativos de mobilidade, os números também revelaram que 69% dos moradores da Região Metropolitana de Porto Alegre acreditam que esse tipo de opção vai aumentar, enquanto que 9% acreditam que deve ficar igual e cerca de 21% acreditam que o serviço deve diminuir.
Quando perguntado qual o grau de importância de ações para prevenir o contágio da Covid-19 no uso de apps de mobilidade, o uso de máscaras pelo motorista e usuário ficou em primeiro lugar. A disponibilidade de álcool em gel para usuários em segundo e para os motoristas em terceiro. Em quarto lugar no ranking, o fato do motorista ter feito um teste para Covid-19.
A pesquisa também revelou novos hábitos no uso de aplicativos de delivery como Uber Eats. De acordo com a pesquisa, 51% da população da Região Metropolitana de Porto Alegre já havia utilizado um app de entrega antes da pandemia. Esse número cresceu para 75%, um aumento de cerca de 25%. Além disso, 68% das pessoas que usam esse tipo de serviço revelaram ter aumentado a frequência de pedidos durante a pandemia.
Os motivos que levaram a essa mudança de hábitos também foram detalhados pela pesquisa: risco de contaminação, com 58%, e praticidade do serviço, com 45%, foram os fatores mais importantes para considerar o uso desse tipo de aplicativo durante a pandemia.
Para Claudia Woods, diretora-geral da Uber no Brasil, os dados mostram que a mudança no comportamento dos brasileiros precisa ser acompanhada pelos aplicativos. “Esse raio-x do Datafolha mostra o quanto estamos agindo de forma certa para permitir que mais pessoas possam utilizar a Uber de forma segura e tranquila. Continuaremos atentos para apresentar novas iniciativas, sempre seguindo as recomendações das autoridades médicas e especialistas em saúde, conforme o cenário da pandemia evolui”, completa Claudia.
Desde que a pandemia começou, a Uber vem realizando diversas ações para diminuir riscos de contaminação de parceiros e usuários como: obrigatoriedade do uso de máscara para todos, reembolso de álcool em gel e proteção facial, distribuição de kits de higiene, limpeza veicular feita por uma empresa especializada em um centro de higienização no Distrito Federal, além de doação de viagens para atender àqueles que mais precisam se deslocar no momento de crise.
Pesquisa mostra rejeição maior ao transporte coletivo após pandemia
Uma pesquisa produzida pela Moovit, empresa de soluções de mobilidade que detém o aplicativo de mesmo nome, mostra que os brasileiros passaram a ter maior rejeição ao transporte coletivo após o início da pandemia de Covid-19.
O levantamento foi feito com uma amostra aleatória e anônima de 9,5 mil usuários do Moovit nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza.
A pesquisa perguntou aos entrevistados se eles usavam o transporte público antes da pandemia, se continuavam usando e se usariam nos seis meses seguintes. As respostas de 85% dos entrevistados foram positivas na primeira questão, e de 68% e 70% na segunda e terceira, respectivamente, o que mostra menor adesão ao transporte coletivo após o início da pandemia.
O levantamento perguntou também sobre o que faria com que o entrevistado usasse mais o transporte público durante a pandemia: 77% disseram que seria necessário aumentar a frota disponível; 64%, saber localização do ônibus em tempo real; 45%, ter certeza sobre as linhas em operação; 44%, saber quais veículos estão lotados; e 39% queriam a implementação de horários alternativos às horas de pico.
A pesquisa questionou se os entrevistados usavam carro próprio para se locomover na cidade antes da pandemia, se estavam utilizando durante a pandemia e se utilizariam nos seis meses seguintes. As respostas de 6% dos entrevistados foram positivas para a primeira questão, e de 10% na segunda e terceira.
“Os dados mostram alguns impactos para as cidades. Vai ter mais carros nas ruas, pode ser que acorram mais congestionamentos. Aqui no Rio de Janeiro eu já estou sentindo trânsito, engarrafamento nos horários de pico”, destacou o gerente geral da Moovit no Brasil, Pedro Palhares.
O levantamento perguntou ainda sobre as razões de os entrevistados usarem o carro: 48% disseram que o modal é mais seguro; 21%, que é a preferência de sempre; 15%, que o transporte coletivo ainda não voltou ao normal; 14%, que é mais conveniente; e 3%, que o transporte público não atende as necessidades.