Uber viaja 80% menos devido à crise

Do Valor Econômico
Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas – Ilustração

Embora seja uma empresa do Vale do Silício, a Uber também passou por uma transformação digital durante a pandemia. A empresa, que chegou a ter uma queda de 80% no número de viagens globalmente, também viu o número de entregadores dobrar desde o início do isolamento. O novo cenário acelerou a expansão dos serviços de entregas, que já estavam planejados, conta Claudia Woods, diretora-geral da Uber no Brasil na Live do Valor, ontem. “A pandemia nos impulsionou a ser mais inovadores, ágeis e digitais do que já somos”, disse a executiva.

Em abril, a empresa ampliou a oferta do Uber Eats incluindo farmácias e petshops e lançou o Uber Direct para entregas de empresas em até duas horas. Entre os parceiros está a varejista Fast Shop. Em julho foi a vez do serviço de compras de supermercado por meio da Cornershop, empresa chilena especializada no setor que foi comprada pela Uber em outubro do ano passado.

“O Uber Direct é um exemplo de produto que ganha uma evolução ao ponto de estar plugado em uma das maiores empresas de ‘e-commerce’ do Brasil, como a FastShop”, disse Claudia.

As novas frentes de trabalho também exigem aumento de equipe. Após um período de congelamento de contratações desde o início da pandemia, a Uber volta a buscar novos talentos. Hoje, a empresa conta com mil funcionários no Brasil.

Claudia destaca a meta de ampliar a presença feminina tanto internamente quanto entre os parceiros. “Hoje, temos 50% de mulheres na liderança. É um marco importante, mas não vamos parar por aí”, afirmou.

A empresa também quer elevar o número de mulheres motoristas e entregadoras, que representam atualmente apenas 6% dos parceiros, segundo a executiva.

Uma das ações de incentivo é o projeto “Elas na Direção”, já implantado em 20 cidades, desde outubro do ano passado, e que chega a São Paulo no dia 7.

O programa, realizado em parceria com a Rede Mulher Empreendedora, inclui ferramentas para aumentar a segurança das motoristas, como o recurso U-Elas, que permite atender somente passageiras mulheres, além de educação financeira. “É a tecnologia entrando com um papel importante, mas somos uma empresa presente nas cidades. Se nossos usuários e parceiros não estão seguros, nosso negócio é impactado”, disse a diretora-geral.

A executiva ressaltou que a empresa segue oferecendo auxílio financeiro por 14 dias a motoristas ou entregadores parceiros diagnosticados com a covid-19, pertencentes a grupos de risco, ou que tiveram quarentena solicitada por um médico ou uma autoridade de saúde. Hoje a empresa conta com mais de 1 milhão de parceiros cadastrados. “Esse auxílio foi muito importante e ele segue até a gente entender que existe necessidade para ele”, afirmou a executiva.

Nem todos os parceiros estão satisfeitos com a proposta de auxílio. Na terça-feira, a Uber conseguiu uma liminar no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Fortaleza, que a isenta de oferecer renda mínima aos parceiros locais, bem como da obrigatoriedade de ressarcir compras de materiais de proteção como máscaras e álcool em gel.

A empresa informou que já oferece os kits em suas centrais de higienização e também faz o ressarcimento de álcool em gel e máscaras voluntariamente.

Claudia sinalizou ainda que a Uber terá “novidades em breve” sobre compartilhamento de bicicletas. “A gente chegou a lançar as bicicletas no Brasil entre o final do ano passado e o início desse ano, mas recentemente a Uber fez uma fusão com a Lime globalmente e neste momento a Lime não está presente no Brasil”, explicou a executiva.

O Uber Transit também volta à ativa em São Paulo. O recurso que complementa serviços da Uber com o transporte público foi desacelerado na pandemia. “A integração não só do transporte público, mas da micromobilidade faz parte do que a gente entende dessa jornada planejada”, declarou Claudia.

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