Da mobilidade aos meios de hospedagem: como a biossegurança irá assegurar o futuro do turismo

Da Revista Viajante
Foto: Gelson Mello da Costa (Secco Comunicação)

Desde que o mundo passou a conviver com a pandemia do novo coronavírus, os hábitos e comportamentos sociais foram transformados. Boa parte das empresas teve que fechar as portas por um tempo e depois reabrir com medidas rígidas de segurança. Ao mesmo tempo, o governo ainda publica decretos e regras para evitar a proliferação do vírus e evitar as aglomerações.

De todos os setores impactados pela pandemia, o turismo foi possivelmente um dos primeiros a sentir reflexos expressivos. Como a contaminação da COVID-19 está ligada ao deslocamento de pessoas, a cadeia do setor sofreu forte queda no faturamento. Para ensaiar uma retomada e se adequar à realidade, todo o segmento turístico vem apostando em soluções que envolvem a área de biossegurança. Tendências dentro dessa temática devem seguir sendo desenvolvidas, auxiliando e potencializando o retorno gradual das atividades.

O que é biossegurança? O termo nunca esteve tão em alta. O conceito de biossegurança é definido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como “a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente”.

Em termos gerais, portanto, a importância da biossegurança se dá especialmente na prevenção para riscos biológicos, como bactérias, fungos, protozoários e vírus. Regras nessa área evitam acidentes e minimizam riscos de exposição.

Antes da pandemia, o termo normalmente era usado para as medidas de prevenção aplicadas em espaços de saúde, como os hospitais. Depois da COVID-19, porém, o conceito se popularizou, visto que praticamente todos os ambientes de trabalho precisaram estar seguros para minimizar a proliferação do vírus.

Lei da biossegurança: Na legislação brasileira, as normas de biossegurança estão presentes especialmente na lei 11.105, de 24 de Março de 2015. O conteúdo é voltado para espaços de saúde, como laboratórios e hospitais. A lei “estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente”.

No momento atual, porém, o tema deixou de ser tratado apenas em campos técnicos e chegou em todos os setores econômicos. Em caráter emergencial, governos lançam decretos e regras de biossegurança para ambientes públicos, centros comerciais e indústrias. A tendência é que parte dessas normas provisórias se mantenham no período pós-pandemia e a legislação de biossegurança ganhe incrementos relevantes.

Hotelaria já busca a adaptação da realidade: Buscando se adequar aos padrões do “novo normal”, o mercado da hotelaria tem recorrido a empresas especializadas da área de biossegurança. O segmento foi um dos mais atingidos pela pandemia e agora procura formas de se reinventar. A partir de agora, avaliam estudiosos do setor, a própria sociedade tende a fiscalizar e exigir protocolos estruturados de biossegurança. Em função disso, os clientes deverão optar por frequentar hotéis que assegurem conforto, higiene e segurança.

Nesse cenário, especialistas em biossegurança estão mapeando, desenvolvendo e colocando em prática manuais de protocolos avançados na temática. As medidas implementadas atuam especialmente nas áreas de limpeza, segurança e isolamento social. Os novos protocolos também abrangem o uso de equipamentos de proteção individual, como máscaras, além de orientações para o comportamento dos hóspedes. Boa parte dos hotéis está realizando ainda treinamentos e capacitações para que todos tenham conhecimento sobre os novos procedimentos.

Os espaços que devem ganhar uma atenção redobrada nesse momento são as superfícies de toques frequentes, como maçanetas de portas, gavetas, pias, botão de elevador e controles remotos. As áreas de maior circulação, como corredores e academias, também exigirão um esforço contínuo em limpeza. Entre as soluções que já surgem nesse segmento estão os de desinfecção utilizados no transporte público. Com capacidade de serem replicados em outros ambientes, eles já estão na mira do mercado hoteleiro.

Acredita-se que, a partir de agora, os hotéis não serão avaliados apenas pela qualidade do quarto, da comida e das instalações: os cuidados que serão desenvolvidos em áreas de prevenção, higiene, limpeza e segurança também farão diferença em sua reputação.

Vale destacar, porém, que o sucesso da implementação de todas as medidas também depende do comportamento dos hóspedes. Nesse sentido, um dos pontos fundamentais de todo o processo é a transparência e a comunicação com os clientes. Algumas redes de hotéis já criaram, inclusive, um manual de boas práticas de biossegurança destinado aos hóspedes.

Solução de biossegurança em ônibus já está em uso: No transporte público, o tema biossegurança também ganha força. A Marcopolo Next, divisão da Marcopolo focada em inovação, apresentou recentemente uma solução de biossegurança específica para tornar o transporte coletivo mais seguro a contaminações virais. A novidade é oferecida em parceria com a Aurratech, empresa com atuação no Brasil, África do Sul, Espanha e Estados Unidos.

O Sistema FIP Onboard faz parte dos serviços de Biossegurança Onboard que são oferecidos pela Marcopolo. O processo é atóxico, podendo ser aplicado rapidamente no salão de passageiros, cabine do motorista e até mesmo no bagageiro, cobrindo 100% das superfícies. O processo total de aplicação leva menos de 20 minutos e garante proteção por até três dias.

O sistema funciona como uma névoa que é dissipada em todo o interior do ônibus. Em cerca de 10 minutos, o produto atua e realiza a desinfecção, impedindo a disseminação dos vírus. Outro diferencial é que a névoa age sem deixar poltronas úmidas, evitando o desconforto dos passageiros, e também sem interferir no funcionamento de equipamentos eletroeletrônicos internos.

A tecnologia FIP Onboard é um processo inédito e patenteado para desinfecção de superfícies e ambientes, através de nanopartículas de uma solução biocida. A aplicação desenvolvida em conjunto com a Aurratech tem formulação desenvolvida exclusivamente para ônibus, tendo potencial para redefinir os protocolos de biossegurança relacionados à sanitização antes de cada viagem, o que permite um retorno seguro da mobilidade em viagens interestaduais, intermunicipais e urbanas.

As primeiras Provas de Conceito demonstraram que a aplicação do FIP Onboard proporciona total desinfecção. O sistema também foi testado de maneira pioneira pela Viação Ouro e Prata, operadora de transporte do Rio Grande do Sul. O produto é aplicado após a limpeza padrão e normal dos ônibus, onde uma névoa se dissipa no ambiente. A ação do sanitizante é imediata na inativação das bactérias e vírus, fazendo do FIP Onboard uma ferramenta eficiente e efetiva ao combate da COVID-19, permitindo que o veículo seja utilizado pelos passageiros poucos minutos após a sua aplicação.

Além da grande capacidade de desinfecção e da duração da proteção oferecida, o sistema apresenta vantagens importantes para a operação se comparado com sistemas do tipo aspersão, pois independe da atenção de operadores para cobrir todas as superfícies.

Confira as características do FIP–Fog in Place:

– Solução biocida em estado de “nano partículas”, ao invés de uma solução líquida, não deixando umidade;
– Permanece em suspensão por um longo período, proporcionando maior tempo de contato entre a solução biocida e superfícies;
– Maior deposição de gotas por cm²;
– Contato da solução biocida em 100% das superfícies, até em áreas de difícil acesso;
– Aumento da eficácia do processo de desinfecção/sanitização;
– Reduz drasticamente o consumo de água e produto sanitizante, podendo alcançar 99% de economia em comparação aos métodos tradicionais de desinfecção (Ex. Aspersão);
– Processo automatizado que minimiza a interferência humana (No Touch Disinfection–NTD), reduzindo o risco de falhas e necessidade de retrabalho;
– Segurança e Saúde ocupacional, elimina o contato humano direto com produtos químicos durante a aplicação da solução biocida.

Trens também podem se beneficiar com sistema de biossegurança: Além de ônibus, outros meios de transporte coletivo também podem se beneficiar com as soluções Marcopolo BioSafe de biossegurança. A Marcopolo Next passou a fornecer o serviço de desinfecção FIP Onboard para a Serra Verde Express, operadora oficial do trem turístico de passageiros da Serra do Mar Paranaense na ferrovia Paranaguá – Curitiba.

O FIP Onboard é aplicado no salão de passageiros e cabine do maquinista dos vagões e locomotivas do trem, cobrindo 100% das superfícies e garantindo um ambiente seguro para os turistas, com proteção para a contaminação por vírus, incluindo o novo coronavírus, e bactérias por até três dias.

O fornecimento do FIP Onboard para a Serra Verde Express comprova que as soluções da Marcopolo vão além do segmento de ônibus e colaboram para garantir a segurança na gradativa retomada que está ocorrendo no segmento de turismo brasileiro. Além dos ônibus da marca, as soluções estão sendo aplicadas em outros espaços, como ambientes de escritório e hotéis. As novidades já foram utilizadas até mesmo nos vestiários dos jogadores e comissão técnica durante jogos do Campeonato Gaúcho de Futebol.

O FIP Onboard pode ser aplicado em menos de 20 minutos. Uma névoa seca é dissipada em todo o interior dos vagões sem deixar poltronas úmidas e sem interferir no funcionamento de equipamentos eletroeletrônicos internos.

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