Do Metro Jornal
Foto: Ilustração/UNIBUS RN – Arquivo
A queda no número de passageiros no transporte público da capital durante a pandemia poderá se manter mesmo após o fim da emergência em saúde provocada pelo novo coronavírus. A conclusão está em pesquisa de opinião realizada pela Moovit, app de soluções em mobilidade urbana, que ouviu 9,5 mil usuários em sete capitais brasileiras.
A pesquisa fez três perguntas relacionadas ao transporte de preferência: qual a sua principal opção antes da pandemia, durante a pandemia e qual deverá ser nos próximos seis meses. Em São Paulo, 89% apontaram o transporte público como opção preferencial no período pré-pandemia. Durante, o número caiu para 79% e se manteve nessa parcela como opção preferencial no pós-pandemia.
As preocupações com a saúde trazidas pela covid-19 estão ligadas aos resultados. A pesquisa perguntou o que faria o usuário optar pelo transporte publico no pós-pandemia e a resposta mais citada foi o aumento da frota para reduzir as lotações, mencionada por 77% do público.
Sem opção
Entre os que continuarão no transporte público, 45% disseram que o farão por não ter outra opção. Entre os que vão usar o carro particular, quase metade disse se sentir mais segura dentro do próprio veículo no pós-pandemia.
Segundo o gerente-geral da Moovit no Brasil, Pedro Palhares, São Paulo foi a única cidade onde a pesquisa indicou que não haverá recuperação no número de passageiros no transporte público nos próximos seis meses, ainda que a opção siga como a principal.
“O uso de aplicativos de carona cresceu cinco vezes e muita gente passou a usar o próprio carro por se sentir mais seguro por conta da covid-19. Os passageiros de transporte público estão buscando outras opções, o que trará impacto no trânsito e na qualidade do ar.”
Desce e sobe
De acordo com dados da SPTrans, no fim de agosto os ônibus da capital paulista perderam mais da metade dos passageiros com a pandemia, com o número de pessoas transportadas por dia caindo de 3,3 milhões, antes do novo coronavírus, para 1,5 milhão, em julho.
Uma parte pode estar migrando para os carros compartilhados. Segundo pesquisa realizada pelo app 99, o serviço ganhou força nas periferias durante a pandemia. O número de chamadas entre os usuários mais pobres (com renda mensal de até R$ 2,6 mil) cresceu 32% em São Paulo.
Resultados em São Paulo
Pergunta: Qual a sua principal maneira de se locomover por SP antes e durante a pandemia, e qual deverá ser nos próximos seis meses?
A pé – As caminhadas dobraram na pandemia, mas deverão voltar ao nível pré-covid-19
Antes da pandemia: 3%
Durante a pandemia: 7%
Próximos seis meses: 4%
Carro próprio
Antes da pandemia: 5%
Durante a pandemia: 7%
Próximos seis meses: 7%
Bicicleta ou patinete
Antes da pandemia: 1%
Durante a pandemia: 1%
Próximos seis meses: 1%
Transporte público – A queda na preferência pelo transporte público é hoje de 10 pontos percentuais
Antes da pandemia: 89%
Durante a pandemia: 79%
Próximos seis meses: 79%
Corridas compartilhadas
Antes da pandemia: 1%
Durante a pandemia: 5%
Próximos seis meses: 3%
Outros/não sei
Antes da pandemia: 1%
Durante a pandemia: 2%
Próximos seis meses: 6%
O que te faria usar mais o transporte público no pós-pandemia? (as três opções mais citadas)
74%: Aumentar frota para reduzir a lotação dos veículos
57%: Ter informações em tempo real para não fica esperando em estações e pontos lotados
42%: Saber com antecedência quais veículos estão lotados
Por que você prefere usar o transporte público?
45%: Não tenho outra opção
Por que você prefere usar o carro?
48%: Me sinto mais seguro no pós-pandemia