Por Automotive Business
Foto: Andreivny Ferreira (UNIBUS RN)
A força do agronegócio brasileiro com duas safras recordes de grãos seguidas fez até agora o segmento de caminhões pesados descolar da crise instalada desde o meio de março pela pandemia de coronavírus. De acordo com número contabilizados pela Fenabrave, entidade que reúne os distribuidores franqueados das montadoras, os 9.522 veículos de carga acima de 3,5 toneladas de PBT emplacados em julho representam alta de 8,7% sobre junho. E também houve crescimento de 5,8% sobre o mesmo mês de 2019, quando o mercado estava em expansão. Com isso, a venda mensal de caminhões foi a única a registrar aumento na comparação com o ano passado entre todos os segmentos.
No acumulado de janeiro a julho ainda persiste a queda na venda de caminhões na comparação com o mesmo período de 2019. As 47.148 unidades emplacadas ficaram 15,6% abaixo das 55.865 registradas um ano antes. Ainda assim, o porcentual de retração é de menos da metade de qualquer outro segmento do mercado de veículos.
“Essa queda se deve, na verdade, à redução na produção das montadoras que, se estivesse normalizada, poderia atender à demanda que temos tido. Hoje, já temos pedidos (de modelos extrapesados) para outubro”, comenta Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave.
Apesar do descolamento da crise que o setor vem mostrando, a Fenabrave ainda sustenta sua projeção que estima queda de 18,6% nas vendas de caminhões em 2020 na comparação com 2019. O desempenho deste ano vai depender de dois tempos: de quanto vai durar a alta demanda por modelos extrapesados para o transporte de grãos da safra, e quanto vai demorar a recuperação do mercado de consumo para reaquecer as vendas de veículos de carga médios e leves, que apresentam performance oposta ao dos pesados.
No ranking histórico da Fenabrave que remonta a 1957, o mês foi o oitavo melhor julho em vendas de caminhões, e o acumulado de sete meses figura na 12ª posição.
Caminho da Escola sustenta recuperação dos ônibus: As vendas de ônibus para o programa Caminho da Escola, que sustenta a compra de veículos de transporte escolar por prefeituras de todo o País, está amparando a recuperação do segmento, segundo avaliação da Fenabrave.
Após a queda abrupta de negócios verificada após março com a proliferação da Covid-19, que limitou bastante o transporte urbano e rodoviário, em julho os emplacamentos de ônibus voltaram a crescer pelo segundo mês seguido, com alta de 45,6% sobre junho e 1.893 veículos vendidos.
Mas a retração aguda persiste na comparação com julho do ano passado (-21%) e no acumulado de sete meses, com a soma de 9.769 ônibus vendidos que representam número 34% menor do que as 14.798 unidades registradas no mesmo período de 2019.