Por Automotive Business
Foto: Vinícius Pauletti (Secco Comunicação)
As futuras renovações de frota do transporte público se tornaram uma nova incógnita para o segmento de ônibus, que teve apenas 666 unidades licenciadas em maio, registrando retração de 61,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
O acumulado do ano anotou 4,6 mil unidades licenciadas, resultando em queda de 42,7%, a maior de todos os segmentos, considerando aí também os automóveis (-39,6%), comerciais leves (29,6%) e caminhões (-26,1%). Os números foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“As renovações de frota poderão ser afetadas pela extensão da idade, num primeiro momento por alguns meses. Mas essa prorrogação pode ser ainda maior, a depender da visão dos operadores e das cidades em que atuam”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini.
O executivo se refere à prorrogação “do prazo de validade” de veículos que deveriam ser substituídos ainda este ano e provavelmente não serão mais. Ele lembra ainda que o turismo “é inexistente” neste momento, outro motivo de impacto no setor.
Em uma nova projeção para o mercado brasileiro, a Anfavea prevê apenas 10 mil novos ônibus licenciados este ano, resultando em queda de 52% na comparação com 2019, quando foram lacrados 21 mil veículos. A estimativa inicial para 2020 (anterior à pandemia de Covid-19) era de 23 mil unidades. O tombo em 2020 só não será maior por conta do programa Caminho da Escola, que, segundo Bonini, motivou parte dos licenciamentos em maio.
Produção em maio recua 56,1%: Neste quinto mês de 2020 foram fabricados 1,2 mil chassis para ônibus, volume 207,8% maior que o de abril, afetado pelas férias coletivas em razão do início da quarentena. O confronto com maio de 2019 traz queda de 56,1%. A retração no acumulado do ano é de 35,1%, com a produção de 7,6 mil unidades.
Exportação cai quase 60% no acumulado: O comércio exterior também foi bastante afetado pelas medidas de contenção ao coronavírus. O mês de maio teve apenas 266 unidades exportadas. O número foi 280% maior que em abril, mas anota queda de 51,7% na comparação com maio de 2019.
No acumulado do ano, os 1.345 ônibus enviados ao exterior indicam retração de 57,9%. Os principais destinos estão na América Latina. No início do ano já havia perspectiva de queda nos negócios externos por causa da crise argentina, mas os fabricantes esperavam bons negócios com outros países da região, que vinham renovando suas frotas urbanas.