Por UNIBUS RN
Fotos: Acervo UNIBUS RN
Um ônibus que marcou época! A coluna “Retrô” apresenta hoje uma carroceria unânime entre as empresas de ônibus da Grande Natal: o ‘Amélia’. Lançado em 1980 pela CAIO, o ônibus esteve presente em praticamente todas as empresas operadoras de linhas urbanas e metropolitanas de Natal nas décadas de 1980 e 1990.
De acordo com os registros do acervo histórico do Portal UNIBUS RN, há presença do ‘Amélia’ nas empresas Guanabara, Cidade do Sol, Pirangy, Nossa Senhora da Conceição, TransFlor, Riograndense, São Cristóvão e Trampolim da Vitória. Outras empresas que atuavam na Grande Natal ainda optavam por ônibus do tipo rodoviário para suas operações metropolitanas.

O Caio Amélia veio numa transição do mercado de ônibus e tinha de se adequar ao momento. A Caio fazia carrocerias para chassis mais simples, de motor dianteiro, e as que atendiam novas normas, com motor atrás ou no meio.
O Amélia “nasceu” com uma grande responsabilidade: suceder o Caio Gabriela, modelo que conquistou tanto mercado, que foi responsável pela entrada da Caio em regiões onde não atendia em larga escala. Além disso, algumas cidades tinham as frotas praticamente formadas somente por Gabrielas.
O Gabriela foi uma inovação tanto na parte estética como na estrutural. Suas linhas eram mais retas, a lataria “mais limpa” de detalhes, as áreas envidraçadas eram maiores, possibilitando maior visibilidade aos passageiros e motorista, e havia reforços em várias partes da carroceria.
Coube aos engenheiros da Caio aperfeiçoarem a inovação, já que as concorrentes da encarroçadora começaram a oferecer novos produtos, que aos poucos desviavam as atenções em relação ao Gabriela.
A solução encontrada resultou no Amélia.
Fonte: Diário do Transporte
Na Guanabara, maior empresa de Natal, ele fez parte da frota urbana e também metropolitana (com diferenciação de código, já que naquela época ainda não existia a Oceano, divisão criada em meados de 2000 para a operação das linhas da grande Natal), chegando a partir do início dos anos de 1980 e se mantendo na viação até os anos de 1990.




Além dos vários ‘Amélia’ da frota da empresa, também se destacam os veículos que eram movidos a gás natural, o GNV, que fizeram parte de um projeto pioneiro do Governo Federal.

Com exceção dos ônibus a gás, que se mantiveram na frota da Guanabara, parte deles foram transferidos para a Pirangy e Conceição, empresas criadas a partir da divisão societária da maior empresa de Natal.
Na Pirangy, diversas unidades do modelo marcaram sua operação desde a sua criação, ainda nos anos de 1980, e se mantiveram na frota ao longo do início da década de 90.
Já na Conceição, criada em 1990, algumas unidades vindas da Guanabara também foram transferidas para a empresa, que permaneceram pouco tempo na frota, saindo da empresa ainda nos primeiros anos da década de 90, já que na viação, naquela época, contava com uma dinâmica e constante renovação de ônibus.
Outra grande empresa de Natal, a Cidade do Sol, também teve diversas unidades do ‘Amélia’ em sua frota. Por lá, operaram praticamente todas as linhas da empresa, desde a chegada das primeiras unidades, na década de 1990, e permanecendo até o final de suas operações, em 1996 – quando foi vendida para o grupo A. Cândido, se tornando a Santa Maria.



Mas com o encerramento das atividades da Cidade do Sol em Natal, a empresa não se desfez dos vários modelos: os transferiu para a filial criada em Mossoró, onde os veículos permaneceram em atividade.
Além disso, quando ainda estava em atividade em Natal, a Cidade do Sol transferiu parte dos veículos para operações metropolitanas que ela passou a operar, entre o final dos anos 80 e início dos anos 90. Veículos passaram a fazer parte da Cidade do Sol que atuavam na área metropolitana, através das linhas que ligavam Parnamirim a Natal. Inicialmente, foi criada a empresa “Parnamirim Field”, que atuou por pouco tempo e foi desfeita, por questões societárias. Posteriormente, teve início as atividades da “Trampolim da Vitória”, empresa que permanece atuando até os dias de hoje, tendo se consolidado como maior viação da grande Natal. Unidades do ‘Amélia’ foram redirecionados tanto para a Field, quanto para a Trampolim.
Houve ainda veículos que operaram o transporte urbano do município de Parnamirim, durante breve período, em operação também feita pela Cidade do Sol. Eles não contavam com a pintura padrão da empresa, expondo na pintura a frase “PARNAMIRIM URBANO”, anunciando a operação daquela cidade. A atuação contou com o ‘Amélia’.

Ainda na Cidade do Sol, a empresa também recebeu unidades do modelo abastecido por GNV.
O ‘Amélia’ também esteve presente na empresa TransFlor. Por lá, operaram especialmente as linhas que atendiam ao bairro de Ponta Negra e de Santos Reis, uma vez que na época elas eram de responsabilidade da empresa. Tendo chegado a sua frota também nos anos 80, permaneceram em operação até meados de 1998, quando a viação migrou sua marca para ‘Via Sul’, e os veículos foram aposentados.
Também na TransFlor, houveram veículos movidos a gás natural.
Na região metropolitana de Natal, o destaque da presença do ‘Amélia’ fica por conta da Viação Riograndense, uma das empresas mais tradicionais do Estado. Por lá, a empresa teve diversas unidades encarroçadas em chassis Volvo e Mercedes-Benz (tanto com modelos com motores dianteiros, quanto traseiros).

A atuação deles, comprados na década de 1980, foi direcionada para as linhas que ligam Macaíba a Natal. A empresa era a responsável pela operação até o ano de 2005, quando repassou a linha para a empresa Trampolim da Vitória. Tendo permanecido na frota até os anos de 1990, à medida que ocorria a renovação da frota da Riograndense, os ‘Amélia’ também operaram outras linhas metropolitanas da empresa, ligando áreas da região norte para Natal.
E houve ainda a presença de unidades do ‘Amélia’ na empresa São Cristóvão, que pertencia a Riograndense e era responsável pela linha São Gonçalo do Amarante/Natal.
A produção do Amélia ocorreu até 1988, quando a CAIO substituiu o modelo pelo Vitória.
