Por UNIBUS RN
Foto: Walky Martins/Ilustração/Arquivo – UNIBUS RN
A crise financeira por conta da pandemia do coronavírus no Brasil também têm afetado em cheio o setor de transportes. No caso do segmento de transporte intermunicipal, as empresas já tiveram prejuízos de R$ 2,8 bilhões neste ano, de acordo com Abrati (Associação Brasileira de Transporte Terrestre de Passageiros), associação que reúne as empresas de ônibus que atuam no setor interestadual.
Para a associação, os números do prejuízo podem piorar caso o Governo Federal não adote medidas de socorro ao setor de transporte, semelhante ao que já foi feito para o segmento da aviação no Brasil.
De acordo com a Abrati, as empresas estão operando em “estado crítico”, e seguem aguardando a conclusão do estudo sobre o apoio anunciado ao segmento, na semana passada pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, durante entrevista concedida à imprensa.
Segundo Letícia Pineschi, conselheira da Abrati, as empresas estão com dificuldades para honrar compromissos tributários e 30 mil empregos diretos do setor estão em ameaça. Letícia afirmou, através de nota, que as viações estão tentando reduzir ao máximo a necessidade das demissões e falou do risco do fortalecimento do transporte clandestino com a redução da demanda e das viagens regulares.
“Em meio a esse esforço, alertamos para os riscos do transporte clandestino, que se aproveita do momento de crise para estimular deslocamentos absurdos, como as caronas, que vêm crescendo muito nesse período”, afirmou a conselheira em nota.
O cenário também não é favorável para os próximos meses, já que é provável que não ocorra férias escolares em julho, período considerado como sendo de alta demanda para o setor do transporte rodoviário: “Mesmo se tudo voltasse ao normal, ao final da próxima semana o setor não recuperaria nem 40% da demanda nos próximos três meses”, afirma.
A conselheira cobrou ainda atenção e ajuda do Governo Federal para que o setor consigam se manter em operação: “As empresas regulares do setor se esforçam para cumprir os contratos com o poder público e prestar o serviço essencial a todos que necessitam se deslocar de um estado a outro”, alerta Letícia.
O apelo da maioria dos governadores dos estados e de prefeitos para que as pessoas permaneçam em casa, com a edição de decretos que suspendem diversos serviços comerciais e até mesmo a criação de barreiras sanitárias na tentativa de conter o Covid-19 no Brasil têm contribuído para que o transporte – tanto do setor urbano, quanto do rodoviário – siga com a queda de demanda por todo país.