Ex-funcionários de empresa de ônibus mantêm amizade e celebram história de companheirismo construída nas estradas

Ex-funcionários de empresa de ônibus mantêm amizade e celebram história de companheirismo construída nas estradas

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Grupo Reunidas)

O que começou como convivência profissional dentro da Reunidas, empresa de transporte com sede em Caçador (SC), transformou-se em uma amizade que o tempo e a distância não conseguiram apagar. Um grupo de ex-funcionários, unidos pelas experiências vividas na estrada e nos bastidores da operação, mantém até hoje os laços criados ao longo de muitos anos de trabalho.

Com 75 anos de história, a Reunidas é uma das maiores empresas de transporte rodoviário do Sul do Brasil, com presença em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Essa atuação regional fez com que diversas famílias tivessem gerações de colaboradores na empresa, fortalecendo o sentimento de pertencimento entre os funcionários e ex-funcionários.

A história do grupo “Amigos Reunidas” começou em Curitiba (PR), onde alguns trabalhadores permaneciam hospedados por longos períodos devido às escalas e horários de viagem. “Ficávamos em Curitiba, onde tinha uma casa em que todo mundo se hospedava, e como a gente passava bastante tempo juntos, acabamos nos tornando uma família — é gente com muito tempo de empresa, uns com cinco, até 30 anos de casa. Depois que fecharam alguns setores, continuamos conversando, até que acabamos montando o grupo dos ex-funcionários e fomos marcando os encontros”, conta Adilson Frare, um dos idealizadores do grupo.

Adilson trabalhou na empresa por 15 anos e deixou o quadro em 2015, após o encerramento de algumas linhas em Erechim (RS). Mesmo após a saída, manteve o vínculo com a Reunidas, prestando serviços sazonais de fretamento durante as temporadas. “O pessoal que continua trabalhando na Reunidas sempre nos atende muito bem. Mantemos amizade com todos, e sempre que precisamos, somos atendidos”, afirma.

Criado oficialmente no WhatsApp em 2021, o grupo reúne atualmente cerca de 90 participantes. Desde então, já foram realizados três encontros, sendo o mais recente em 9 de novembro, em Erechim — data que coincidiu com o aniversário de fundação da empresa. O evento reuniu mais de 100 pessoas, entre ex-funcionários, colaboradores atuais e familiares.

As longas jornadas e os períodos de convivência durante as viagens ajudaram a criar laços que permanecem fortes. “Isso criou uma amizade grande mesmo, de respeito e companheirismo. Tanto que, se alguém precisar de ajuda, não importa a cidade, a gente dá um jeito de atender”, relembra Adilson.

Segundo ele, a ideia de organizar encontros já existia há anos, mas ganhou força após um episódio marcante. “Sempre falávamos em marcar uma confraternização, mas ficava só na conversa. Até que um amigo faleceu em um acidente, e durante o velório percebemos que era hora de nos reunirmos e celebrarmos a vida enquanto ainda há tempo”, recorda.

Os eventos contam também com a presença da família Caramori, fundadora da Reunidas. Nilton Caramori, sobrinho do fundador Selvino Caramori, é um dos apoiadores do grupo, e o último encontro teve a participação de Sandoval Caramori, filho do fundador. “Ver de perto o carinho e o sentimento de união que essas pessoas mantêm pela Reunidas, mesmo depois de tanto tempo, é algo que nos emociona. A empresa foi construída com o esforço e a dedicação de muita gente, e perceber que ela também construiu amizades e histórias que seguem vivas é o maior legado que poderíamos ter”, destacou Sandoval.

Adilson aproveitou para agradecer o apoio de todos que colaboraram na realização do último encontro. “Desde quem ajudou na organização, com alimentos, bebidas, som, aos músicos que animaram o evento — todos que contribuíram de alguma forma e estiveram presentes”, disse.

O próximo encontro do grupo “Amigos Reunidas” ainda não tem data definida, mas deve acontecer em Chapecó (SC). Mais do que uma empresa de transporte, a Reunidas se tornou parte da história de vida de milhares de pessoas. E, entre lembranças e quilômetros percorridos, o grupo mostra que algumas conexões — assim como as boas viagens — não têm ponto final.

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