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CTMU alerta para risco de demissões em massa de cobradores de ônibus no Distrito Federal

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Caio Induscar)

Um acordo coletivo de trabalho é atualmente o único fator que impede a extinção de cerca de seis mil postos de cobradores de ônibus no Distrito Federal. A avaliação é da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CTMU) da Câmara Legislativa (CLDF), que alerta para o risco de uma crise de desemprego em massa com o fim da vigência do acordo em 2026.

A possível dispensa dos trabalhadores é resultado direto da modernização do Sistema de Transporte Público Coletivo (STPC/DF). Com a retirada do pagamento em dinheiro dentro dos veículos e a adoção integral da bilhetagem digital, a função tradicional do cobrador perdeu sua razão de existir. Sem uma redefinição formal das atribuições desses profissionais, as empresas concessionárias não terão obrigação de mantê-los a partir do próximo ano.

No último dia 24, o deputado Max Maciel (PSol), presidente da CTMU, apresentou uma Indicação ao Poder Executivo sugerindo que a Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade (SEMOB/DF) desenvolva uma proposta normativa para criar novas funções para esses trabalhadores. O objetivo é transformar o avanço tecnológico em uma oportunidade de requalificação profissional, evitando o que a comissão classifica como um “grave impacto social”.

A proposta prevê que, em vez de serem dispensados, os cobradores sejam realocados em funções voltadas à melhoria do atendimento e da segurança dos passageiros. Entre as possibilidades sugeridas estão o apoio especializado a idosos, pessoas com deficiência e usuários com mobilidade reduzida, além da comercialização e distribuição de cartões e bilhetes de passagem — tarefa que poderia suprir a falta de pontos físicos de recarga do BRB Mobilidade.

A CTMU ressalta que, sem um marco legal que redefina oficialmente as atribuições da categoria, qualquer tentativa de defesa dos postos de trabalho será “inviável”. “Não há como preservar uma função que, juridicamente, deixou de existir”, destaca o texto do documento.

O posicionamento da comissão também cita o exemplo de Goiânia, onde a extinção da função de cobrador ocorreu sem políticas de transição, resultando em forte impacto social. Para os parlamentares, o Distrito Federal tem a oportunidade de adotar um caminho “distinto e inovador”.

“A modernização tecnológica não precisa significar exclusão”, afirma o documento. “Pode e deve ser acompanhada de políticas de transição justa e de valorização do trabalho humano como elemento de humanização e eficiência no transporte público.”

A Indicação será apreciada pela CTMU na próxima reunião antes de seguir para análise do Poder Executivo.

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