Bonde Urbano Digital, tecnologia pioneira na América do Sul, será testado no Paraná

Bonde Urbano Digital, tecnologia pioneira na América do Sul, será testado no Paraná

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Roberto Dziura Jr (AEN / Governo do Paraná)

O Paraná será pioneiro na América do Sul ao implantar testes com o Bonde Urbano Digital (BUD), nova tecnologia de transporte público que deve começar a operar em novembro entre os municípios de Pinhais e Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O modelo, fabricado pela chinesa CRRC Nanjing Puzhen, combina características do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e do BRT (Bus Rapid Transit), mas funciona sobre pneus e é guiado por sensores e marcadores magnéticos no asfalto, dispensando trilhos físicos.

O investimento estadual nesta fase de testes é de aproximadamente R\$ 6 milhões. A rota terá cerca de 10 quilômetros de extensão, ligando o Terminal de Pinhais ao Terminal São Roque, em Piraquara, com capacidade para transportar até 280 passageiros por viagem. Atualmente, os ônibus convencionais da linha transportam cerca de 10 mil pessoas por dia, que continuarão circulando em paralelo ao novo sistema.

Com 30 metros de comprimento, o BUD possui ar-condicionado, operação bidirecional e pode atingir velocidade de até 70 km/h, superior à do sistema BRT, que chega a 60 km/h. Sua vida útil estimada é de 30 anos, três vezes mais que a dos veículos convencionais. O modelo também incorpora recursos de rastreamento automático, condução autônoma, sensores e radares, oferecendo maior segurança durante o deslocamento em vias compartilhadas com outros veículos.

Entre os diferenciais do sistema Digital Rail Transit (DRT) estão os custos reduzidos de implantação — até três vezes menores do que os de sistemas VLT —, além do prazo de implementação mais curto, estimado em um ano para corredores de até 15 quilômetros. O veículo pode operar em composições maiores, com até quatro vagões, ampliando a capacidade para 360 passageiros.

Outro benefício é a redução de custos de manutenção do asfalto, já que o BUD tem peso e carga por eixo inferiores aos de ônibus elétricos. Movido por baterias de íons de lítio de 600 kWh, pode ser carregado por pantógrafos aéreos em apenas 30 segundos para autonomia de até cinco quilômetros. Uma carga completa, em 12 minutos, garante até 40 quilômetros de operação contínua. A tecnologia também está preparada para uso futuro com hidrogênio.

A experiência no Paraná toma como referência o projeto implantado em Campeche, no México, o primeiro sistema do tipo na América do Norte, em operação desde junho. Lá, uma linha de 15 quilômetros conecta o trem Maya ao aeroporto, áreas residenciais, centro histórico e praia, com implantação concluída em 14 meses. O BUD também já funciona em cidades da China e está em fase de instalação na Austrália.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.