Do PORTAL UNIBUS
Foto: Andreivny Ferreira
Um levantamento realizado pela plataforma BuscaOnibus, divulgado pela Revista Technibus, revela quais cidades brasileiras apresentam melhor e pior cobertura de linhas de ônibus no ambiente digital. Os dados são referentes a janeiro de 2025, mês de maior movimentação rodoviária no país.
Entre as cidades com maior percentual de buscas sem disponibilidade de rotas, Natal aparece em primeiro lugar, com 46,83% das consultas não resultando em passagens disponíveis. Isso significa que quase metade das pesquisas de destinos com origem ou destino à capital potiguar não retornou opções de compra.
Além de Natal, também figuram no topo do ranking Bagé (RS), com 39,26%, Vitória (ES), com 36,97%, Recife (PE), com 36,82%, e Maceió (AL), com 36,34%. Até cidades de grande relevância, como Santos (SP) e Joinville (SC) — a mais populosa de Santa Catarina — apresentaram índices altos, respectivamente 23% e 22%.
Segundo José Almeida, CEO do BuscaOnibus, em muitas capitais e cidades de médio porte o problema não é a falta de linhas em si, mas sim a ausência de digitalização. “Mesmo havendo rotas disponíveis, muitas passagens só são vendidas presencialmente nas rodoviárias. Além disso, a falta de integração entre o transporte intermunicipal e o interestadual gera lacunas na oferta online”, explica.
Desafios geográficos
O estudo também identificou localidades em que a geografia contribui para a baixa cobertura. É o caso de São Francisco do Sul (SC), com 87% de buscas sem resultado, e Paranaguá (PR), com 77%, ambas dependentes de travessias de ferry-boat. Um exemplo positivo é Ilhabela (SP), que antes exigia conexão via balsa a São Sebastião, mas agora conta com integração rodoviária direta.
Já no Rio Grande do Sul, além de Bagé, cidades como Pelotas (35,09%), Santa Maria (23,12%) e Porto Alegre (21,34%) também aparecem com índices elevados. De acordo com Almeida, a situação no estado se deve a fatores como baixa digitalização de rotas, restrições regulatórias e exigências de emissão de notas fiscais na origem.
Onde a cobertura é melhor
Na outra ponta, cidades com menor índice de “não cobertura” — ou seja, com melhor oferta online — são, em sua maioria, municípios de São Paulo (Marília, Limeira e a capital), Paraná (Cascavel, Curitiba, Ponta Grossa e Maringá), além das capitais Goiânia e Cuiabá.
Almeida destaca que a conectividade digital é fundamental para a mobilidade urbana e também para o turismo: “Temos um potencial enorme no turismo interno, mas é preciso integrar as rotas regionais e oferecer informações claras e acessíveis ao viajante. Onde o ônibus não aparece nas pesquisas, o visitante pode desistir da viagem”, disse.