Trampolim da Vitória renova frota com 16 novos ônibus Euro 6

Vendas de ônibus crescem mais de 30% e puxam alta semestral na indústria automotiva

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Trampolim da Vitória)

Mesmo com sinais de desaceleração em alguns segmentos, o setor de ônibus trouxe as melhores notícias para a indústria automotiva brasileira no primeiro semestre de 2025. De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de ônibus cresceram 31,3% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a produção do segmento avançou 7,3%.

O bom desempenho contrasta com os desafios enfrentados por outros setores da indústria. Os caminhões, por exemplo, registraram queda de 3,6% nos emplacamentos, enquanto os veículos leves nacionais amargaram recuo de 10% no varejo. Já os veículos importados, puxados principalmente pelos modelos chineses, cresceram 15,6%, ocupando 6% do mercado nacional e pressionando ainda mais o setor produtivo brasileiro.

No total, a indústria automotiva produziu 1,22 milhão de unidades no primeiro semestre, o que representa uma alta de 7,8% sobre o mesmo período de 2024. Segundo a Anfavea, esse crescimento foi impulsionado sobretudo pelas exportações, que subiram 59,8%, somando 264,1 mil veículos. Desse total, 60% tiveram como destino a Argentina, país que se recupera economicamente e volta a ser o principal parceiro comercial do Brasil no setor.

Apesar dos números positivos em termos acumulados, o mês de junho trouxe um alerta. Houve queda de 6,5% na produção, 5,7% nos emplacamentos e 2,7% nas exportações em relação a maio, além da eliminação de mais de 600 vagas diretas na indústria. Para o presidente da Anfavea, Igor Calvet, o cenário exige atenção redobrada. “Os números de junho nos preocupam um bocado. O dia útil a menos em relação a maio não justifica as quedas que tivemos”, declarou.

A crescente presença de veículos importados também preocupa a entidade. Segundo Calvet, o volume de veículos estrangeiros no Brasil já se equipara à capacidade anual de uma grande fábrica nacional, que empregaria mais de 6 mil trabalhadores diretos. “Estamos recebendo um fluxo perigoso de veículos chineses para o nosso mercado, com um Imposto de Importação abaixo da média global”, alertou.

Apesar das dificuldades, o segmento de ônibus surge como uma exceção positiva. O crescimento expressivo nas vendas indica a retomada de investimentos em mobilidade urbana e renovação de frota por empresas e governos, além da influência de programas como o Caminho da Escola e a exportação de veículos para países da América Latina e África. Em um cenário desafiador, os ônibus são hoje o motor mais promissor da indústria automotiva nacional.

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