Do PORTAL UNIBUS
Foto: Gabriel Leal (@br_bus_photo / Instagram)
A Expresso Gardenia tenta novamente transferir parte de suas linhas de transporte para outra operadora. Um aviso publicado no Diário Oficial de Minas Gerais, na última terça-feira (17), indica que a Auto-Ônibus Santa Rita Ltda, conhecida como Saritur, poderá assumir a operação de diversas linhas intermunicipais e metropolitanas atualmente sob responsabilidade da Gardenia.
Segundo o documento emitido pelo Conselho de Transporte Coletivo Intermunicipal e Metropolitano, a Saritur tem um prazo de dez dias corridos para manifestar interesse na autorização prévia. As rotas em questão incluem cidades como Lavras, Itajubá, Pouso Alegre, Alfenas, Varginha, Poços de Caldas, Boa Esperança, Três Pontas e Ouro Fino, além de outras localidades que conectam municípios da região a Belo Horizonte.
Objetivo é evitar mais prejuízos e garantir continuidade dos serviços
A transferência das linhas surge como uma alternativa para mitigar as dificuldades enfrentadas pela Gardenia, que chegou a ter todos os direitos de operação suspensos após fiscalizações apontarem irregularidades, como a falta de equipamentos de segurança e descumprimento de quadros de horários.
Em nota à imprensa, a Gardenia informou que a expectativa é de que a transição para a Saritur ocorra de forma tranquila, permitindo que a nova empresa assuma os serviços a partir de janeiro. Por sua vez, a Saritur confirmou que a solicitação de transferência foi submetida ao juiz responsável pela recuperação judicial da Gardenia e à Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra). A empresa aguarda a autorização necessária dos órgãos competentes.
Histórico de dificuldades e prejuízos
A Expresso Gardenia, que atende 107 municípios e transporta cerca de 2 milhões de passageiros por ano, enfrenta uma grave crise financeira e operacional. Em maio, diversas fiscalizações realizadas pela Seinfra e pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) levaram à suspensão de várias linhas.
A medida resultou em demissões e manifestações de funcionários, além de prejuízos estimados em R$ 4,5 milhões, que poderiam chegar a R$ 6 milhões caso as operações não fossem retomadas. Mais de 200 trabalhadores foram dispensados, e a empresa chegou a declarar que o número de demissões poderia dobrar.
Em julho, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais manteve a suspensão das linhas por 90 dias, seguindo determinação da Seinfra. Posteriormente, a Gardenia informou ao Ministério do Trabalho que o pagamento dos direitos trabalhistas dos demitidos dependia do atendimento de pedidos encaminhados à Seinfra.