Do PORTAL UNIBUS
Foto: Reprodução (Redes sociais)
Na noite deste domingo (3), dois ônibus foram incendiados durante um protesto no bairro de Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal, após a morte de um jovem motociclista em uma operação policial. A ação gerou revolta entre moradores, que reagiram bloqueando ruas e ateando fogo nos veículos do transporte público. A Secretaria de Segurança Pública (Sesed) e o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte (CBMRN) divulgaram notas oficiais para esclarecer o ocorrido e as respostas das autoridades.
Segundo informações da Polícia Militar (PM), o incidente teve início na tarde de domingo, durante uma blitz no bairro, parte de uma operação para combater a criminalidade. O motociclista teria ultrapassado o bloqueio policial sem parar, e os agentes afirmaram ter avistado uma arma de fogo em sua posse, o que deu início a uma perseguição. Durante o acompanhamento, houve disparos de arma de fogo e o jovem acabou colidindo com um carro, caindo da moto e sendo socorrido ao hospital, onde não resistiu aos ferimentos. A polícia informou que a arma foi apreendida e levada à delegacia, e os policiais envolvidos prestaram depoimento.
A morte do motociclista gerou forte reação da comunidade local. No início da noite, moradores de Felipe Camarão bloquearam vias e incendiaram dois ônibus. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas, mas, ao chegar ao local, as equipes foram recebidas com hostilidade. Segundo nota do CBMRN, indivíduos lançaram pedras e capacetes contra os bombeiros, danificando a viatura e colocando a segurança dos agentes em risco. Diante da violência, a equipe precisou recuar temporariamente para preservar a integridade física dos profissionais.
O Comando Geral da Polícia Militar determinou a abertura de um inquérito para apurar o caso e afastou os policiais envolvidos na operação até a conclusão das investigações. Em nota, a PM ressaltou que a situação é tratada como um caso isolado, sem ligação com facções criminosas.
A Secretaria de Segurança Pública também reforçou o policiamento na região após o protesto e afirmou que a situação foi controlada, reiterando que o incêndio dos ônibus não tem relação com ações de crime organizado.
O Corpo de Bombeiros reafirmou seu compromisso com a segurança da população e destacou a importância de garantir a integridade de seus agentes para que possam seguir cumprindo sua missão de proteger e salvar vidas.
Um dos ônibus incendiados pertencia a empresa Nossa Senhora da Conceição. Tinha o prefixo 4003 e era montado no modelo Svelto, da Comil, com o chassi OF-1418, da Mercedes-Benz. O outro ônibus pertencia a empresa Barros e, até o fechamento da reportagem, não haviam informações sobre seu número de ordem e configurações.