Do PORTAL UNIBUS
Foto: Tomaz Silva (Agência Brasil)
O Governo do Estado do Rio de Janeiro está avaliando a implementação de um sistema de monitoramento via GPS para acompanhar em tempo real a localização dos ônibus que circulam na capital fluminense. A iniciativa visa traçar estratégias de segurança tanto para passageiros quanto para motoristas, em resposta ao aumento de ações criminosas envolvendo o sequestro de coletivos. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, que destacou recentes episódios de violência em que ônibus foram usados como barricadas nas ruas da cidade.
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, o governo está em tratativas com a Polícia Militar e representantes do setor de transportes para avaliar os tipos de monitoramento já disponíveis nas empresas. O debate ocorre após um novo episódio de violência na quarta-feira (16), quando suspeitos utilizaram nove ônibus para bloquear a Estrada do Itanhangá, nas comunidades da Muzema e Tijuquinha, na Zona Oeste do Rio, durante uma operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). A ação criminosa visava dificultar um confronto entre milicianos e traficantes do Comando Vermelho. Não houve feridos ou prisões durante a operação.
No dia seguinte (17), outros cinco ônibus foram sequestrados e usados como barricadas em regiões como Muzema, Pavuna e Costa Barros, na Zona Norte da cidade.
O Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus da capital, afirmou que já utiliza um sistema de notificação para assaltos e vandalismo. Segundo a entidade, os motoristas são orientados a informar em que ponto da linha ocorrem os assaltos e onde os criminosos entram e saem dos veículos.
Empresas de ônibus também relataram que, nas ações mais recentes, os criminosos forçam os motoristas a atravessar os ônibus nas vias, retiram as chaves e até a bateria dos veículos para impedir a remoção.
De acordo com o Rio Ônibus, 101 ônibus foram sequestrados e usados como barricadas somente neste ano, com a maioria dos casos registrados nas zonas Norte e Oeste. Um levantamento realizado pela entidade mostra que, nos últimos 12 meses, 132 veículos foram sequestrados, oito foram incendiados e 1.750 ônibus foram alvo de vandalismo. O prejuízo total causado por esses atos criminosos foi estimado em R$ 22,6 milhões.
Há cerca de um ano, pelo menos 35 ônibus e um trem foram incendiados em um único dia no Rio de Janeiro, em resposta à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, um dos líderes de uma das principais milícias do estado.
