Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Continental Pneus)
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Indústria e Comércio, decidiu nesta quarta-feira (data) manter a taxa de importação para pneus de caminhão em 16%. No entanto, para os pneus de passeio, houve um aumento da tarifa de 16% para 25% por um período de 12 meses. A medida ficou abaixo do pedido feito pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que havia solicitado uma elevação para 35% por 24 meses.
A ANIP, que representa os produtores nacionais de pneus, argumentou que a medida era necessária para conter prejuízos decorrentes do aumento das importações nos últimos anos. Durante uma audiência pública realizada na Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados, o representante da Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo), Everaldo Bastos, alertou sobre a possibilidade de uma nova greve de caminhoneiros caso houvesse aumento significativo nos preços dos pneus. “Os caminhoneiros já estão sob pressão. Aumentar o custo dos pneus pode desencadear uma nova paralisação”, disse Bastos.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) também se posicionou contra o reajuste, citando os elevados custos operacionais do setor e o risco de sucateamento da frota. Além disso, a decisão foi influenciada pela preocupação do governo com o controle da inflação e o impacto no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Um estudo da Consultoria Guimarães, encomendado pela Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip), estimou que o aumento solicitado pela ANIP poderia elevar o IPCA em até 0,25% ao ano, comprometendo a meta de inflação de 3% para o ano.
A análise econômica indicou que o aumento nas tarifas teria um impacto direto nos custos do transporte rodoviário, que movimenta cerca de 75% de todos os produtos no Brasil, resultando em um aumento de aproximadamente 6% nos gastos do setor, com reflexos no preço do frete.
A decisão da Camex será agora submetida ao Mercosul para validação, e as novas tarifas entrarão em vigor em 15 dias. Economistas avaliam que a medida foi uma vitória para os importadores, ao conter o aumento nas tarifas em um momento de incerteza econômica.
