Rodoviários do Grande Recife retomam atividades após greve e acordo salarial

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Rafael Fernandes (Gentilmente cedida ao PORTAL UNIBUS)

Os rodoviários da Região Metropolitana do Recife voltaram ao trabalho nesta quarta-feira (14) após uma greve de dois dias que paralisou o transporte coletivo e afetou mais de 1,2 milhão de passageiros. A paralisação, que foi motivada por demandas de melhores salários e condições de trabalho, terminou com um acordo que garantiu um reajuste salarial de 4,2% para a categoria.

Apesar do fim da greve, os passageiros enfrentaram nesta quarta-feira um cenário familiar: ônibus superlotados, longas filas, calor intenso e atrasos. Nos terminais de integração, as queixas sobre a falta de organização e o tumulto para entrar nos veículos foram recorrentes.

No Terminal Integrado da Macaxeira, na Zona Norte do Recife, os usuários expressaram frustração com a situação. “Todos os dias é isso, é daqui para pior. Esta é nossa realidade”, desabafou um passageiro ao Bom Dia Pernambuco, da TV Globo.

Já no Terminal Integrado Pelópidas Silveira, em Paulista, a situação parecia mais tranquila, embora os passageiros estivessem céticos. “O normal não é esse, mas está tranquilo até agora. Demora muito mais os ônibus, mas vamos ver o andar da carruagem”, comentou uma moradora que trabalha no Centro do Recife.

Acordo selado após audiência de conciliação
A greve foi encerrada na terça-feira (13), após uma audiência de conciliação entre o Sindicato das Empresas de Ônibus (Urbana-PE) e o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6).

Inicialmente, os rodoviários exigiam um reajuste de 5% acima da inflação, além de outras demandas como o fim do controle de horas via GPS, o fim da compensação de horas, um vale-alimentação de R$ 720, um abono de R$ 500 para quem exerce dupla função e a implementação de um plano de saúde para todos os trabalhadores.

Por outro lado, a proposta da Urbana-PE oferecia um reajuste de 0,5% acima da inflação, um vale-alimentação de R$ 400, um abono de R$ 180 para rodoviários que acumulam funções (como motorista e cobrador) e o controle das horas de trabalho via GPS.

O acordo final estabeleceu um reajuste de 4,2%, elevando o piso salarial dos motoristas para R$ 3.189,80. O vale-alimentação foi ajustado para R$ 400, e o abono para a dupla função foi fixado em R$ 180. Além disso, ficou acordado que os trabalhadores terão acesso mensal à jornada individual registrada no sistema de frequência, que será iniciada no momento da checagem do ônibus e encerrada após a prestação de contas.

Negociações futuras e mudanças no sistema de transporte
A reivindicação por um plano de saúde ainda está em discussão e será conduzida pela procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT-PE), Ana Carolina Vieira, que mediará as negociações entre os sindicatos dos rodoviários e das empresas de ônibus.

Outro ponto importante do acordo envolve a transferência de funcionários da empresa Vera Cruz para outras empresas de ônibus que atuam no Grande Recife. A Vera Cruz, que devolveu todas as 36 linhas operadas por ela ao Grande Recife Consórcio de Transporte, terá suas rotas totalmente transferidas para outras concessionárias até o fim de agosto.

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