Cresce a demanda e os desafios no transporte no entorno do DF

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Marcello Casal Jr (Agência Brasil)

Diariamente, 148.663 passageiros enfrentam longas e desgastantes viagens entre o Entorno e o Distrito Federal, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Além de tarifas elevadas, muitas acima de R$ 10, os usuários enfrentam superlotação, ônibus quebrados e longos intervalos de espera, impactando a rotina dos trabalhadores. Atualmente, seis empresas são responsáveis pelo transporte público na região, operando com uma frota de 882 veículos com idade média de 9,8 anos.

Apenas a Taguatur Taguatinga Transportes e Turismo opera com contrato de permissão, que exige que os veículos tenham no máximo 10 anos. As outras cinco empresas operam sob regime de autorização especial, que não especifica a idade máxima dos veículos devido ao caráter provisório desses serviços. Apesar disso, a ANTT exige que todos os veículos estejam em condições de trafegabilidade e passem por vistorias regulares. Se todos operassem sob contrato de permissão, metade das empresas estaria fora dos padrões, como a Amazônia Inter Turismo (13,5 anos), Central Expresso Transportes (13,8 anos) e Rota do Sol Transportes e Turismo (10,2 anos).

Wesley Ferro Nogueira, secretário executivo do Instituto Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos (MDT), destaca que o sistema de transporte semiurbano depende exclusivamente da receita tarifária, tornando-o financeiramente inviável. “Esse modelo não atrai interessados para licitações porque depende apenas da receita das passagens, transferindo o ônus para os usuários.”

Nogueira sugere intervenções pontuais, como a implantação de faixas reversas nas rodovias federais durante os horários de pico, para melhorar a eficiência do sistema. Ele também defende a criação de um consórcio interfederativo envolvendo a União, o governo do DF e o governo de Goiás, para garantir financiamento público e melhorar a qualidade do transporte.

Planos Futuros
A ANTT informou que está em andamento um grupo de trabalho com representantes da agência, Ministério dos Transportes, governo de Goiás e governo do Distrito Federal, visando monitorar a política tarifária e revisar o modelo institucional de responsabilidades. O grupo, criado em fevereiro, tem uma duração inicial de seis meses, prorrogável por mais três meses.

Além disso, estudos para revisão e licitação do sistema estão sendo conduzidos pela Infra S.A. A ANTT também espera avançar nas discussões sobre a criação de um sistema de gestão compartilhada do transporte semiurbano, por meio de um consórcio entre os governos do Distrito Federal e Goiás.

A reportagem tentou contato com as empresas Amazônia Inter Turismo, Central Expresso Transportes e Rota do Sol Transportes e Turismo para comentar sobre a idade avançada das frotas de ônibus, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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