Do PORTAL UNIBUS
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom (Agência Brasil / Fotos Públicas)
Após o trágico incidente envolvendo o cachorro Joca, que faleceu durante uma viagem aérea, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) emitiu um alerta às autoridades sobre a urgência de regulamentar o transporte aéreo e rodoviário de animais no Brasil.
Para o CFMV, essa questão é de extrema importância para garantir o bem-estar e a segurança não apenas dos animais, mas também dos passageiros, profissionais da aviação civil e equipes de transporte terrestre.
“O transporte de animais, sejam domésticos ou selvagens, requer cuidados específicos para garantir sua segurança e bem-estar, respeitando suas necessidades fisiológicas e comportamentais”, destacou o conselho, ressaltando que a ausência de regulamentação adequada pode acarretar riscos tanto para os animais quanto para as pessoas envolvidas.
Segundo o CFMV, é essencial uma regulamentação clara e abrangente que leve em consideração as particularidades de cada espécie e raça animal, os riscos envolvidos e as medidas preventivas necessárias, como a presença de médicos-veterinários no processo de transporte.
Além disso, o Conselho enfatizou a importância de um debate amplo e colaborativo entre diversas autoridades, incluindo os ministérios dos Portos e Aeroportos, da Agricultura e Pecuária, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e da Saúde, bem como a Agência Nacional de Aviação Civil e a Polícia Federal.
Joca faleceu na última segunda-feira (22) devido a uma falha no transporte aéreo pela Gol, onde teve seu destino alterado, resultando em cerca de 8 horas dentro de voos.
Requisitos para viagens com animais
Andreey Teles, assessor técnico do CFMV, alerta para a importância de um atestado de sanidade emitido por médicos-veterinários, contendo carimbo e assinatura do profissional, para embarcar em transporte rodoviário ou aéreo.
“A emissão do atestado é condicionada à avaliação clínica prévia do animal por médico-veterinário”, ressalta Teles. Ele enfatiza que o documento é emitido com base nas condições de saúde do animal, que deve estar livre de parasitas e com a vacinação em dia.
Viajar pode ser estressante para os animais, devido ao ambiente diferente e estímulos desconhecidos. Dependendo do tempo de viagem e outros fatores, pode ser necessário o uso de medicação, e é fundamental ter em mãos os documentos exigidos para embarque, devidamente assinados e carimbados por médico-veterinário.
Teles sugere que o suporte de médicos-veterinários em estações e terminais de transporte seria fundamental para garantir um apoio quase imediato aos animais. “Nos casos em que haja necessidade de acompanhamento permanente do pet no transporte, seria valioso que as companhias de transporte disponibilizassem um profissional médico-veterinário para esta finalidade”, concluiu.