Do PORTAL UNIBUS
Foto: Leon Rodrigues (SECOM / Prefeitura de São Paulo)
Em resposta às declarações do prefeito Ricardo Nunes (MDB), a Enel desmentiu as afirmações de que a concessionária estaria cobrando quase R$ 1,6 bilhão para realizar obras de infraestrutura necessárias à circulação de ônibus elétricos na cidade de São Paulo. De acordo com a empresa, o valor mencionado não representa um orçamento final para a implantação das instalações destinadas aos veículos.
A Enel esclarece que a quantia divulgada corresponde à soma de todas as alternativas em análise pelas empresas de transporte, e o valor final pode ser menor, dependendo das opções escolhidas. A empresa destaca ainda que a decisão final e o cronograma de implementação estão nas mãos dos operadores e concessionários de ônibus, conforme as regras estabelecidas pela SPTrans.
“Cabe destacar que o valor mencionado de R$ 1,6 bilhão não está correto, pois soma os valores de todas as alternativas até aqui analisadas e não apenas aquelas efetivamente escolhidas pelo operadores de ônibus (o que ainda está pendente de definição)”, diz a empresa, através de nota enviada à imprensa.
Na última quarta-feira (7), o prefeito da capital paulista afirmou estar considerando processar a empresa italiana, alegando que a concessionária de energia orçou em R$ 1,6 bilhão o gasto necessário para o projeto, enquanto a previsão da prefeitura era de R$ 600 milhões para as obras nas garagens destinadas aos ônibus elétricos.
A Enel, por sua vez, rebate as alegações do prefeito e destaca que o valor total do projeto de infraestrutura da rede elétrica externa às garagens varia de acordo com a solução escolhida pelo operador de ônibus, com anuência da SPTrans. A empresa enfatiza que a solução pode ser desenvolvida em média ou alta tensão, de forma individualizada para cada garagem ou por hubs de abastecimento.
A nota da Enel informa que dezenas de alternativas foram analisadas a pedido dos operadores para que escolham o tipo de solução de rede, visando a posterior assinatura dos contratos, elaboração dos projetos executivos e a implantação da solução.
Apesar da importância da eletrificação do transporte público para a redução da poluição e das emissões de gases de efeito estufa, a disputa entre prefeitura, Enel e empresas de ônibus tem impactado o desenvolvimento desse tipo de transporte na cidade. Atualmente, o município conta apenas com 84 ônibus elétricos movidos a bateria, enquanto a meta da prefeitura é adquirir mais 2.600 até o final de 2024.