Alckmin defende incentivo econômico permanente a ônibus e caminhão

Do Jornal Valor Econômico
Foto: Acervo (UNIBUS RN)

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, afirmou ontem que o programa de incentivo a ônibus e caminhões será prorrogado até que seja concedido R$ 1 bilhão em créditos tributários. Além disso, de acordo com ele, o “ideal” seria que o programa se tornasse permanente.

“Vamos prorrogar o prazo até chegar a R$ 1 bilhão”, disse a jornalistas em Araçariguama (SP), onde visitou fábrica da Gerdau. “Se a gente conseguir mais recursos, o ideal seria que o programa ficasse em caráter permanente.”

O programa foi instituído por medida provisória (MP) no primeiro semestre, com encerramento previsto até que uma de duas condições fosse atingida: concessão de R$ 1 bilhão em créditos tributários, sendo R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus; a MP chegasse ao fim, nos últimos dias de setembro.

Até aqui foram concedidos apenas R$ 270 milhões em créditos, sendo R$ 100 milhões para caminhões e R$ 170 milhões para ônibus. A situação contrasta com a dos R$ 650 milhões em créditos para automóveis de passeio oferecidos na mesma MP, que foram consumidos em um mês.

Ao Valor o secretário do Mdic Uallace Moreira disse na semana passada que o impacto mais lento do programa era esperado. Ele citou razões com dificuldades financeiras, principalmente para caminhoneiros autônomos, e taxas de juros ainda elevadas para produtos mais caros que automóveis de passeio; problemas operacionais para que caminhoneiros autônomos comprem veículos novos e deem “baixa” nos antigos; outras especificidades das regras estabelecidas pelo programa para caminhões, como aquelas ligadas a reciclagem.

Ainda ontem, no lançamento do Fórum Mauá 2023-2033, em Mauá (SP), Alckmin afirmou que o governo estuda conceder financiamento atrelado à Selic para a compra de ônibus e caminhões.

“Hoje ela [Selic] é 13,25%. Amanhã caiu mais 0,5 ponto percentual, [a taxa do] contrato cai automaticamente. Depois caiu mais 1 ponto percentual, cai automaticamente”, afirmou. “A pessoa às vezes fica esperando cair [a Selic] para não contrair o empréstimo neste momento. Contraia já. Invista já.”

O financiamento valeria tanto para pessoas físicas quanto jurídicas e seria realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na linha de financiamento de máquinas e equipamentos (Finame).

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