Da Agência AutoData
Foto: Thiago Martins (UNIBUS RN)
A indústria automotiva nacional e o governo federal já discutem a possibilidade de tornar permanente o programa de incentivos para veículos pesados, criado via MP 1 175, que objetiva a renovação de frota e a maior produção de caminhões e ônibus novos. As informações foram divulgadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin durante evento realizado em São Bernardo do Campo, SP, na fábrica da Mercedes-Benz, na sexta-feira, 14: “O programa pode durar mais do que quatro meses e estamos avaliando isto. O que nós queremos é que ocorra a renovação de frota, que é muito importante, e já estamos estudando como tornar o programa permanente”.
Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da Mercedes-Benz no Brasil, afirmou que tornar o programa de incentivos permanente é necessário para dar tração à renovação de frota que é esperada: “Quando o programa surgiu existiam muitas barreiras que foram resolvidas. Se, agora, ele se tornar permanente dará o impulso esperado”.
O executivo lembrou que os quatro meses previstos para a duração da MP 1 175 é pouco tempo para que a indústria realize o processo de descarte e baixa do veículo antigo, assim como para o comprador resolver o financiamento do veículo novo. Caso se torne permanente os recursos atuais serão os disponíveis inicialmente, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus, pois em quatro meses a indústria não conseguiria consumir todos os recursos: “A gente gostaria que a MP fosse tornada lei, mas a alocação de novos recursos dependeria muito do orçamento do governo. O projeto ajuda a indústria, que talvez nem precisasse se a taxa de juros do mercado fosse adequada, mas vai muito além disso, pois os ganhos em segurança viária e meio ambiente devem ser uma preocupação de todos”.
Leoncini também avaliou como positiva a última extensão da MP 1 175, que modificou pontos importantes para o segmento pesado, caso do fim da necessidade de inspeção veicular, que atrasaria o processo e não tem necessidade para um veículo que será descartado. Outra mudança é a possibilidade de a concessionária receber um caminhão antigo de um comprador que não era o seu dono porque dessa forma é possível movimentar também o mercado de seminovos e usados, chegando ao objetivo final que é descartar veículos com trinta anos ou mais de uso.
Destsa forma grandes transportadores e frotistas, que não possuem veículos antigos em circulação, podem incentivar seus prestadores de serviço e motoristas autônomos a trocarem de veículo, levando o antigo para ser descartado, comprar um novo e vender ao seu prestador o caminhão usado que estava na frota.