PE: Paralisações, greves e transtornos no transporte por ônibus e metrô podem continuar no grande Recife

Do Jornal do Commercio (PE)
Foto: Rafael Fernandes (Gentilmente cedida ao UNIBUS RN)

Os passageiros do transporte público coletivo da Região Metropolitana do Recife – ônibus e Metrô do Recife – devem se preparar porque os transtornos de paralisações e protestos vividos nesta semana vão continuar. Pelo menos enquanto as negociações trabalhistas entre motoristas de ônibus e empresários não for decidida e o governo federal não fizer, ao menos, um afago nos metroviários para que voltem a alimentar a esperança de que o Metrô do Recife não será o próximo sistema da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) a ser privatizado.

Os metroviários, que estão em estado de greve há mais de dois meses e realizam uma paralisação de 24h do Metrô do Recife entre a quarta-feira (12/7) e a quinta (13), não chegaram a um acordo com a CBTU Recife e seguem com a possibilidade de novas paralisações temporárias e até mesmo uma greve de fato, o que paralisaria o metrô ou, ao menos, faria a operação acontecer apenas nos horários de pico da manhã e noite.

Uma reunião prevista para acontecer nesta sexta-feira, às 9h, entre o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro) e a CBTU Recife, na sede da superintendência, em Areias, na Zona Norte do Recife, foi cancelada pela Companhia. Talvez, aconteça na segunda-feira (17).

“Em junho, a Administração Central da CBTU sentou com os sindicatos do Recife, João Pessoa, Maceió e Natal e fechou uma proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que agora diz não poder cumprir porque o governo federal não aceitou. E foram propostas que atendiam apenas algumas das nossas expectativas. Mesmo assim, a categoria validou em assembleia”, resume o presidente do Sindmetro, Luiz Soares.

“Essa minuta previa um aumento de 15% no salário base da categoria, que passaria de R$ 2 mil para R$ 2.725 e a garantia de emprego no caso da concessão pública ou da privatização do Metrô do Recife. Nós queríamos 25%, mas cedemos. Agora, a CBTU Recife quer retomar as negociações desconsiderando o que foi acertado e nós não podemos aceitar”, acrescenta.

Por nota, a CBTU Recife informou que submeteu o ACT ao governo federal e que ele não foi autorizado. “Em relação ao Acordo Coletivo 2023/2024, a CBTU submeteu, para apreciação à Secretaria de Coordenação das Estatais (SEST), a proposta que foi discutida conjuntamente com os sindicatos. No entanto, a proposta não foi aprovada e as negociações continuam em andamento”.

Rodoviários também em clima tenso
A expectativa também é de mais transtornos no transporte público por ônibus. Os rodoviários, que já realizaram três paralisações temporárias nas garagens de três empresas diferentes nesta semana – empresas Caxangá e Metropolitana e Consórcio Novo Recife -, têm batido de frente com o setor empresarial.

O clima está bem tenso entre as duas partes, seja pela campanha salarial que não avança, seja pelo desconto das horas paradas durante a realização de greve da categoria ainda em 2020, no auge da pandemia de covid-19.

Uma primeira rodada de negociações aconteceu no dia 4/7, entre o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), mas sem avanços.

Segundo os rodoviários, a Urbana-PE sequer apresentou uma contraproposta à pauta de reivindicações entregue há mais de um mês. Uma nova reunião está marcada para o dia 18/7 e, nas redes sociais, os rodoviários demonstram irritação e prometem paralisações, como as realizadas esta semana.

Os empresários de ônibus, por sua vez, não quiseram se pronunciar sobre as negociações salariais. E sobre as paralisações, alegaram que estão cumprindo a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que agora julgou a greve de 2020 ilegal e determinou o desconto das horas paradas.

E, ainda, que tem em mãos decisão da 6ª Vara do Trabalho do Recife proibindo os rodoviários de realizarem protestos em frente às garagens do Consórcio Novo Recife – que reúne as empresas de ônibus Pedrosa e Transcol – e/ou impedir a saída dos coletivos e dos profissionais que querem trabalhar, como aconteceu nesta sexta-feira (14).

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