Produção de veículos pesados fechará 2022 com alta próxima a 7%

Por Automotive Business
Foto: Divulgação (Marcopolo / Via Secco Comunicação)

A produção de veículos pesados fechará 2022 com cerca de 190 mil unidades, motivada especialmente por uma alta na demanda de ônibus e também pela melhora no fornecimento de peças para as fábricas de caminhões no segundo semestre. Esse total é muito próximo à projeção de 192 mil unidades divulgada em janeiro pela Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que seis meses depois revisou seus números para baixo em razão da falta de peças nas linhas de montagem.

Puxada pelo mercado interno e exportações, a fabricação de ônibus em setembro obteve o melhor resultado anual, com 3,8 mil unidades. E o acumulado dos nove meses teve 23,8 mil unidades montadas, crescimento de 63,6% sobre iguais meses do ano passado.

Os caminhões obtiveram seu segundo melhor resultado do ano em setembro, com 14,9 mil unidades fabricadas. No acumulado são 116,7 mil, pequena queda de 1,4% na comparação com igual período de 2021, mas com perspectiva de reversão para alta nos próximos meses, tanto pela regularização do abastecimento das fábricas como pela demanda aquecida.

“Esperamos menos interferências do que tivemos no primeiro semestre pela falta de componentes, destacando os semicondutores. Agora, com muita resiliência, as áreas de produção e logística das fábricas vão trabalhar para manter o volume alto,” afirma o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini.

Mercado interno de caminhões e ônibus: Em setembro foram emplacados 11,5 mil caminhões, resultando em queda de 8% na comparação com agosto, que teve dois dias úteis a mais. Mas a média diária de vendas se manteve próxima a 545 unidades. O acumulado do ano já teve 93,2 mil caminhões entregues, o que indica pequena queda de 2,2% na comparação com o mesmo período de 2021, que foi um bom ano para o segmento.

“Os modelos pesados [com Capacidade Máxima de Tração, CMT, acima de 45 toneladas] continuam respondendo por mais de 50% das vendas totais, ainda puxados pelo agronegócio, construção civil e mineração”, afirma Bonini.

Os licenciamentos de ônibus somaram em setembro 1,6 mil, discreto recuo de 4,2% na comparação com agosto, mas a média diária se aproximou de 80 unidades. O acumulado do ano teve 11,9 mil unidades emplacadas. A alta registrada é de 8,8%, mas sobre uma base muito baixa.

Bonini afirma que deve haver um crescimento de emplacamentos nos próximos meses como consequência da alta de mais de 60% na produção de veículos pesados. Isso porque os chassis terminados pelas fábricas levam algumas semanas até receber uma carroceria e ser licenciados.

“E as vendas vêm sendo puxadas por diferentes segmentos”, diz o executivo, referindo-se a modelos urbanos, rodoviários, para fretamento e também para o programa governamental Caminho da Escola.

Exportações crescentes: Em setembro ocorreu o maior embarque de caminhões deste ano, 2,5 mil, volume 6,5% mais alto que o de agosto. No acumulado do ano foram enviados 18 mil, alta de 7,9% pela comparação interanual. Esse volume é melhor até do que o registrado em iguais meses de 2019, antes da chegada da pandemia de Covid-19.

No segmento de ônibus ocorreram 609 embarques em setembro, queda de 10,6% ante agosto. Mas os quase 4 mil ônibus exportados em nove meses já indicam alta de 39% sobre iguais meses do ano passado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.