Por UNIBUS RN
Fotos: Arquivo (Viação Jardinense) e Francinete Medeiros (Acervo Pessoal)
Agradecimento: Viação Jardinense
O Especial UNIBUS RN está de volta aqui no portal que deixa o transporte em evidência! E esta edição, em pleno Dia dos Namorados, traz uma história de amor entre uma auxiliar de enfermagem e um motorista que durou 27 anos e que só foi possível graças a um ônibus da Viação Jardinense.
Essa história de amor e felicidade começou em 1995, na BR 226. A auxiliar de enfermagem Francinete Medeiros trabalhava no Hospital Universitário Ana Bezerra, em Santa Cruz, no agreste potiguar, e fazia o trajeto diariamente entre seu local de trabalho e a cidade de Currais Novos, onde reside.
Naquele ano, a Jardinense renovara sua frota com 4 ônibus, adquiridos junto à montadora catarinense Busscar, que carregavam o chassi B10M, da Volvo. A linha em que os veículos eram mais escalados, na época, era a que ligava as cidades de Natal a Caicó, que atende tanto Santa Cruz quanto Currais Novos.
Em 1995, Francinete estava solteira e já tinha uma filha. No seu deslocamento diário para ir trabalhar, se interessou por um motorista da Jardinense, então separado, que conduzia naquele dia o ônibus que vinha de Caicó com destino à capital potiguar e que passaria por Santa Cruz. Manoel Vieira era o responsável pelo volante.
Interessada no rapaz, Francinete recorreu a um agente da Jardinense que trabalhava na rodoviária de Santa Cruz para fazer a “ponte” entre ela e o motorista do ônibus que a levou para o trabalho naquele dia. “Eu sempre pegava o ônibus naquele mesmo horário. Um dia, conversei com o agente da Jardinense e, nessa brincadeira, chegou ao ouvido dele [o meu interesse]. Ele havia se separado há 8 meses e eu, solteira, já tinha uma filha. Pouco depois, o agente me disse que ele pediu o meu endereço e eu dei, informando ainda o dia em que estava de folga”, conta ela, dizendo que o motorista havia prometido ir ao seu encontro assim que tivesse disponibilidade. “Depois, deixou recado pedindo meu telefone e avisando que iria na minha casa”, completa.
Pouco tempo depois, o destino fez com que Manoel e Francinete se encontrassem em Currais Novos. “Nesse dia, cheguei em casa após um plantão e o Manoel passou por lá. Ele estava em viagem para Caicó. Só que, por acaso, o ônibus que um colega dele conduzia quebrou aqui em Currais Novos e esse amigo pediu que o Manoel trocasse a escala dele, para o amigo continuar a viagem, e o Manoel assumiria o horário desse colega no dia seguinte”, conta ela. Nesse meio tempo, Manoel voltou para a casa daquela auxiliar de enfermagem que estava interessada nele. “Ele veio aqui em casa. Conversamos. E aqui ele ficou. Não saiu mais daqui”, brinca ela, que considera esse dia o marco inicial de uma bela história de amor.
E não demorou muito para aquele namoro, cujo amor aflorou dentro de um ônibus, se transformar em um casamento. “Dois anos depois, nos casamos. Ao todo, foram 27 felizes anos juntos”, diz Francinete, com muita alegria. Durante todo esse tempo, a residência do casal sempre foi em Currais Novos.
Para Francinete, fazer esse deslocamento diariamente de ônibus foi um fator determinante e decisivo para conhecer o seu grande amor. “Eu gostava de fazer essas viagens. Mesmo depois de ele estar aqui em casa [casado comigo], procurava manter a mesma rotina, viajando nos mesmos horários dele. Podia ser às 5h da manhã, mas sempre ia com ele”, ressalta ela, garantindo que o ônibus sempre era um parceiro e uma boa companhia do casal.
Ao todo, foram 27 anos de um relacionamento saudável, com muitas alegrias para Manoel e Francinete, que listou para o UNIBUS RN elogios ao seu amado. “Um bom pai, um bom esposo, um ótimo dono de casa. Uma parte importante da minha vida”, diz. “Tivemos muitos momentos felizes juntos. Passeamos muito, viajamos muito – só em Brasília, fomos 11 vezes. Foram tantos momentos felizes que tivemos que há pessoas hoje em dia que não conseguem viver esses momentos e preferem visar outras coisas. Aproveitei muito minha vida ao lado do Manoel”, completa ela.
Atualmente com 70 anos e aposentada, Francinete relembra com carinho o quanto a Jardinense foi importante na vida do seu amado e para ela também. Mesmo quando ele saiu da Jardinense e se aposentou, dizia que era uma família querida para ele, segundo ela. “Gostava demais da empresa, dos patrões. A Jardinense era tudo pra ele. A empresa fez parte da nossa vida positivamente”, explica.
Infelizmente, essa história de amor teve um capítulo triste há pouco mais de 8 meses, quando o seu Manoel faleceu, em Currais Novos, aos 74 anos. Mesmo não estando mais neste mundo, sua passagem pela vida da Francinete segue trazendo boas lembranças e alegria para ela e para toda a família. “Ele faz falta demais pra mim. Foi uma pessoa maravilhosa e sempre muito responsável. Quem é que não sente falta? Ele continuará pra sempre no meu coração”, diz ela, lembrando com carinho do seu amado e do amor que sentiu por ele em 27 anos de união.
Amor esse que só foi possível graças a um ônibus da Jardinense.
O UNIBUS RN agradece a gentileza da Viação Jardinense pela contribuição nesta matéria, tanto pela disponibilização de uma foto de seu acervo, quanto pela intermediação com a entrevistada para a produção da reportagem.