Alta do diesel intensifica a crise do transporte público e exige soluções urgentes para garantir a prestação de serviços aos usuários

Por Agora RN
Foto: Andreivny Ferreira (UNIBUS RN)

O valor do óleo diesel chegou a patamares nunca antes registrados na história do transporte público. O custo do insumo já superou o valor que as empresas de ônibus arcam com a mão de obra, afetando o setor por um todo e agravando ainda mais a prestação de serviços para os usuários. Desde o último reajuste, no dia 12 de março, o diesel passou a representar cerca de 40% do custo da tarifa. O alerta é da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste – FETRONOR.

Com a intensificação da crise, a FETRONOR solicita atenção e solução emergencial aos governos federal, estadual e municipal, no sentido de garantir a continuidade da operação de um setor vital para a população e para a economia. “A situação está insustentável e estamos em uma ameaça de colapso”, afirma Eudo Laranjeiras, Presidente da Federação. Segundo o presidente da FETRONOR, a ajuda é necessária para que o serviço de transporte continue sendo prestado. Ele considera que a falta de incentivos por parte do poder público afeta toda a cadeia do setor – dos usuários às empresas. “É injusto que o usuário seja o único responsável por arcar tudo. O transporte é direito social garantido na constituição. Precisamos fazer valer esse direito”, considera Eudo.

Histórico da crise: A crise do Setor de Transportes tem se intensificado ao longo das últimas décadas, com o incentivo ao uso do coletivo preterido para os automóveis, diferentemente do investimento no transporte que é feito em outros países – inclusive na América do Sul, como na Colômbia, que tem um modelo exportado para diversas cidades de todo o mundo.

Com a pandemia da covid-19, o setor, que já enfrentava problemas, precisou arcar sozinho, sem ações significativas do poder público, as condições para se manter. Desde então, os operadores pedem que se estabeleça com a máxima urgência um diálogo franco e transparente com autoridades responsáveis pelo transporte público, a fim de encontrar soluções para garantir o atendimento o quanto antes.

A solicitação é reforçada no atual momento em que o reajuste do diesel ameaça a continuidade da prestação de serviço do transporte público. A FETRONOR considera que é necessário agir para assegurar a sobrevivência do sistema de ônibus e assim garantir à população o direito social ao transporte, como prevê o Artigo 6º da Constituição.

A FETRONOR considera ainda que a crise que atinge as empresas provoca impactos sociais e econômicos imediatos, afetando toda a sociedade e não somente quem depende do transporte coletivo. O resultado é claro: menos ônibus nas ruas, maior espera nos pontos e perda da qualidade do serviço prestado.

Soluções urgentes: A FETRONOR propõe a adoção de uma das duas medidas urgentes para resolver o problema: o pagamento das gratuidades ou o pagamento do óleo diesel, diminuindo os custos de 40% das empresas operadoras. “Contamos com a sensibilidade do Governo, pois as empresas estão extremamente fragilizadas economicamente, ainda não conseguiram se recuperar da pandemia, e uma dessas propostas seria de fundamental importância para socorrer o sistema rodoviário”, explicou. Caso as reivindicações não sejam atendidas, a única solução será o reajuste da tarifa. “O reajuste da tarifa é uma hipótese, mas prejudicaria o usuário já que precisamos de um aumento de pelo menos 10% para compensar o impacto da alta dos combustíveis”, revelou o presidente da FETRONOR.

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