Por UNIBUS RN
Foto: Andreivny Ferreira (UNIBUS RN)
Recomeçou nesta quinta-feira, 27, a greve dos trabalhadores das seis empresas de ônibus que atendem o transporte público de Natal. Somando-se com o início da paralisação, que ocorreu na semana passada, o movimento grevista chega hoje ao quinto dia de duração e volta a trazer dificuldades de deslocamento para quase 200 mil pessoas na capital potiguar.
A greve, organizada pelo SINTRO RN (sindicato que representa os trabalhadores rodoviários), tem como pauta de reivindicações o cumprimento da data-base da categoria (previsto para o dia 1º de maio), o que não ocorreu nos últimos dois anos – consequentemente, não houve reajuste salarial neste período –, além da volta do valor do ticket alimentação para o que era pago antes da pandemia da COVID-19 (O valor foi reduzido de R$ 315 para R$ 180).
O SETURN, sindicato que representa as empresas de ônibus, já declarou não ter condições de atender ao que pedem os grevistas e, por isso, solicitou uma reunião com a mediação do prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), para discutir soluções para o problema. Os empresários sugerem, por exemplo, a desoneração do ISS, imposto municipal cobrado às empresas de ônibus, ou um reajuste na tarifa paga pelo usuário, para tornar viável o atendimento das reivindicações.
Reinício do movimento: A greve, que estava suspensa após deliberação em assembleia da categoria, foi retomada hoje após uma audiência realizada ontem, 26, entre representantes do SINTRO / RN e do SETURN, terminar sem acordo. O encontro, mediado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, foi organizado para homologar o resultado da negociação entre as partes ocorrida na semana passada sobre atendimento da pauta de reivindicações dos rodoviários. Houve impasse na reunião, o que impossibilitou a formalização dos itens acordados.
A proposta trazida pelo desembargador federal Eridson João Fernandes Medeiros, vice-presidente do TRT, sugeria a suspensão da greve, mediante o reajuste do valor do vale-alimentação em 75%. Entretanto, o acordo havia sido costurado na ocasião com o pagamento do valor pago aos rodoviários antes da crise sanitária, correspondente a R$ 315,00. O acordo previa, ainda, que a negociação para a concessão de reajuste salarial voltasse a ocorrer em março, bem como fossem abonadas as faltas dos rodoviários decorrentes dos quatro dias anteriores de greve.
O acordo previa, também, que fosse garantido o cumprimento das cláusulas da convenção coletiva dos rodoviários até o final de abril de 2023, uma vez que no dia 1º de maio vencerá mais uma data-base da categoria.
Conforme matéria divulgada ontem, 26, pelo UNIBUS RN, a retomada do movimento ocorreu porque a representação empresarial não teria mantido o compromisso com o que foi negociado no encontro anterior. “Os empresários queriam modificar a proposta inicial que foi colocada na sexta-feira. Desta forma o sindicato não aceitou tal mudança e a greve será retomada amanhã”, disse Arnaldo Dias, Secretário Geral do SINTRO / RN.
O sindicalista explicou, ainda, qual foi o ponto de impasse no encontro de ontem. “Os empresários não aceitaram a reconhecimento da data base 2022 / 2023. Com isso o que a gente vem negociando só teria valor até 30/04/2022. Inviável pra gente”, disse Dias.
Frota: Ainda de acordo com o SINTRO / RN, nesta quinta-feira estará nas ruas o equivalente a 50% da frota prevista para circulação, conforme decisão liminar expedida pelo TRT na semana passada. A decisão prevê um número mínimo absoluto de 198 ônibus nas ruas, calculado de acordo com a tabela vigente expedida pela STTU (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana).