Da Frente Nacional de Prefeitos
Foto: Thiago Martins (UNIBUS RN)
“O eco de Aracaju para o Brasil é um pedido de socorro dos prefeitos brasileiros para que a gente possa enfrentar o rescaldo da pandemia”. A frase foi dita pelo prefeito Edvaldo Nogueira, presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), na tarde desta sexta-feira, 26, ao apresentar os pleitos das médias e grandes cidades para o presidente da Câmara, Arthur Lira. O deputado recebeu a Carta de Aracaju, consolidada durante a 81ª Reunião Geral, que além de relatar preocupação com o iminente colapso do transporte, destacam o subfinanciamento da saúde e reforçam a necessidade de aprovação urgente da PEC 13/2021.
Aos prefeitos, Lira reconheceu que os anos de 2021 e 2022 sofrerão “efeitos do rebote econômico” que, inclusive, já está se manifestando no transporte público. “A Câmara está aberta para participar desse diálogo e construir, junto com o governo federal, alternativas para o transporte, porque nós sabemos que vai ter problema”, declarou.
Para exemplificar a situação do setor, o prefeito de São Paulo/SP, Ricardo Nunes, 2º vice-presidente Nacional da FNP, comentou sobre a capital. Atualmente, a prefeitura arca com R$3,3 bilhões para subsidiar o transporte coletivo. Segundo o governante, se não fosse o recurso aplicado pela prefeitura, as tarifas que hoje custam R$ 4,4 ao usuário, custaria R$ 6,2. Ele afirma que, se nada for feito, é a “população mais pobre, de novo, que vai acabar arcando com uma questão complexa e complicada”.
Como alternativa, a FNP, além de defender a desoneração dos impostos no preço diesel, protocolou no ministério da Economia uma proposta para financiar a gratuidade dos idosos. “É razoável, é legítimo, que tenha um olhar diferenciado para os municípios, que enfrentam esse problema do transporte”, reforçou Nunes.
No documento com os pleitos dos municípios, a entidade destaca preocupação de seus dirigentes com a “descontinuidade do serviço do transporte público urbano decorrente do subfinanciamento do sistema causado, especialmente, pelo aumento de 60% do diesel em 2021, queda no número de usuários e desequilíbrio financeiro dos atuais contratos”.