Senado recebe pedido para formação de Frente Parlamentar para Eletromobilidade

Do Diário do Transporte
Foto: Divulgação

O senador Rodrigo Cunha (PSDB/AL) protocolou nesta terça-feira, 16 de setembro de 2021, pedido para que o Senado tenha uma Frente Parlamentar Mista pela Eletromobilidade, chamada de FPELETROMOBILIDADE no Projeto de Resolução n° 64, de 2021.

Os demais senadores vão agora analisar a proposta.

Os cidadãos também podem votar na enquete do Senado no link:

https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/150823

Entre os objetivos está discutir projetos de lei e medidas que possam ampliar a participação de veículos elétricos, entre os quais ônibus, nas cidades brasileiras.

“É instituída a Frente Parlamentar pela Eletromobilidade -FPeletromobilidade, com a finalidade de promover debates e iniciativas a respeito de políticas públicas, e outras medidas, que estimulem a eletromobilidade no Brasil. Parágrafo único: A Frente Parlamentar pela Eletromobilidade reunir-se-á, preferencialmente, nas dependências do Senado Federal, podendo, no entanto, por conveniência, valer-se de outro local em Brasília ou em outra unidade da Federação” -diz parte do projeto.

A ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), que reúne fabricantes, disse apoiar a criação da frente e que deve contribuir nos debates caso os senadores aprovem a proposta.

Poucas cidades e estados têm planos efetivos de troca dos atuais veículos para modelos elétricos.

A capital paulista até o momento é um dos exemplos mais concretos.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, tem reiteradamente citado a promessa de que até o fim de 2024, a cidade terá ao menos 2,6 mil ônibus elétricos operando nas linhas municipais.

Segundo a prefeitura, o programa de metas prevê que 20% da frota seja composta por ônibus elétricos até o fim de 2024, como parte das ações municipais para cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas, que prevê a redução da emissão de gás carbônico fóssil em 50% até 2028 e a erradicação deste tipo de poluente até 2038.

Atualmente, de acordo com os indicadores da SPTrans, a cidade de São Paulo tem uma frota contratada de 13.806 ônibus de diferentes portes.

Apenas 219 são não poluentes na operação, ou seja, menos de 2%; sendo 18 elétricos à bateria, operados pela Transwolff na zona Sul; e 201 trólebus (conectados à rede área), da Ambiental Transportes (Consórcio TransVida), que ligam a zona leste ao centro e parte das zonas Oeste e Sudeste.

Como mostrou o Diário do Transporte, em 05 de novembro de 2021, durante anúncio de parceria do Estado de São Paulo e da Prefeitura em investimentos em mobilidade, o prefeito Ricardo Nunes e o governador João Doria disseram que os novos corredores de ônibus da cidade serão servidos apenas por modelos elétricos.

O Plano de Mobilidade Urbana da Cidade prevê 27 obras que totalizam mais de R$ 5,5 bilhões, entre a implantação de 11 novos corredores de ônibus, o que representa mais de 95 km de novas vias, 30 km de requalificação de corredores já existentes, além da construção de quatro novos terminais.

2040:

O Diário do Transporte noticiou também que em 10 de novembro de 2021, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que foi realizada em Glasgow, Escócia, a cidade de São Paulo assinou um acordo que prevê que a partir de 2040 só sejam comercializados motos, carros, caminhões e ônibus cuja fonte de tração não produza estes gases durante a operação.

O Governo Federal não assinou.

CENÁRIO DA INDÚSTRIA DE ÔNIBUS:

Apesar de os veículos elétricos também serem impactados pela falta de insumos e equipamentos, como também ocorre com automóveis a combustão, a demanda pelos modelos não poluentes tem aumentado.

No Brasil, já existem opções de produtos em plena atividade, algumas que apresentarão modelos e outras que estão se estabelecendo (por ordem alfabética):

BYD: Indústria de origem chinesa, com planta em Campinas (SP), que fabrica ônibus elétricos de diversos portes: micros, padrons e articulados, além de rodoviários, produzindo as baterias, tecnologia e chassis. Está entre as maiores produtoras mundiais na área de mobilidade elétrica e produz também no Brasil placas de energia solar. Existem diversas cidades que operam com ônibus BYD no Brasil, inclusive São Paulo.

CaetanoBus: A empresa portuguesa CaetanoBus trouxe para testes no sistema de transportes da cidade de São Paulo o chassi e.CC 100 C5845 E.E, 100% elétrico. O modelo recebeu carroceria Caio, de produção brasileira. O e.CC 100 pode ser receber carrocerias de comprimento mínimo de 9.5 metros e máximo de 12.7metros.

Eletra: Indústria 100% nacional, do Grupo ABC/Next Mobilidade, com planta em São Bernardo do Campo (SP). A empresa foi inaugurada oficialmente no dia 22 de agosto de 2000. Faz toda a integração e tecnologia para ônibus elétricos à bateria, trólebus, híbridos (motores elétricos e à combustão no mesmo veículo), Dual Bus (mais de um tipo de tração elétrica em mesmo ônibus, por exemplo: trólebus+baterias ou baterias+híbridos). Não produz os chassis e baterias. O BRT-ABC, entre São Bernardo do Campo e São Paulo, é uma concessão à Next Mobilidade terá ônibus 100% elétricos de 22 metros cada com tecnologia Eletra, chassis Mercedes-Benz e carroceria Caio.

Higer: Empresa de origem chinesa que apresentou um modelo elétrico de ônibus padron neste mês de novembro de 2021 na capital paulista. Diz que trará ao Brasil também vans, ônibus articulados e ônibus rodoviários elétricos. Os modelos são monoblocos (chassi, motores e carroceria formando um bloco só).

Marcopolo: Tradicional fabricante de carrocerias de Caxias do Sul (RS), testa em parceria com a empresa Suzantur, operadora de transportes de Santo André (SP), um ônibus 100% elétrico, projeto integral da Marcopolo. O modelo é padron com piso baixo. O veículo circula sem passageiros entre o Terminal Vila Luzita (bairro populoso de Santo André) e o terminal principal da cidade no centro (Terminal Santo André Oeste).

Mercedes-Benz: A gigante alemã lançou em 25 de agosto de 2021 o chassi de ônibus elétricos eO500U, de piso baixo, para carrocerias de até 13,2 metros, justamente os padrões de São Paulo. O modelo será produzido em São Bernardo do Campo (SP) e em 2022 já serão vistas as primeiras unidades. Para a capital paulista, já há um mercado previsto para ser iniciado com cerca de 150 unidades com carroceria Caio. A empresa planeja lançar em breve ônibus articulados e superarticulados.

Volvo: A gigante sueca produz em Curitiba (PR) um modelo de ônibus elétrico híbrido. O ônibus tem um motor a combustão, que gera energia, e o elétrico que atua na maior parte da tração. A tecnologia é híbrida paralela, quando o ônibus está parado, freia e até 20 km/h a atuação é do motor elétrico. A partir de 20 km/h, entra em operação o motor a combustão. Há unidades em circulação em Curitiba, Foz do Iguaçu e Santo André (Suzantur), por exemplo.

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