Por Truck & Bus Builder
Foto: Divulgação (Caio Induscar)
Segundo dados da Fabus (Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus), apesar de o mercado brasileiro ter apresentado ao longo de 2021 desempenho cerca de 10% inferior ao de 2020 – o que deverá se manter até o final do ano –, a perspectiva para o quarto trimestre é positiva com um período melhor do que os demais, sobretudo nos segmentos de rodoviários, micro-ônibus e escolares.
Os motivos são a maior procura por parte dos operadores de longa distância pela renovação de frota – ainda que abaixo do ritmo tradicional – e a recente licitação do programa Caminho da Escola para fornecimento de cerca de 4.000 ônibus escolares para municípios de todo o Brasil. Tanto o aumento na demanda por rodoviários quanto por escolares deverão se refletir na produção das empresas neste último trimestre e ao longo do ano que vem.
A expectativa de mercado é fechar o ano com a produção de 16.500 a 17.000 unidades, com retração de cerca de 10% em relação às 19.125 unidades fabricadas em 2020. Lenta, mas consistentemente, os operadores rodoviários estão renovando suas frotas – o que ainda não está acontecendo no segmento de urbanos e que não deverá ocorrer antes do meio de 2022.
Mais afetado pela pandemia e pelo afastamento social, o segmento de urbanos registrou queda de praticamente 40% nos primeiros nove meses de 2021 em relação ao ano anterior. Foram cerca de 4.200 unidades de janeiro a setembro deste ano contra 6.798 unidades no mesmo período de 2020. Em razão da perda de usuários e da queda significativa de receita, os operadores de transporte coletivo urbano foram impactados financeiramente, o que restringe sua capacidade em adquirir veículos novos para sua operação.
De acordo com dirigentes da indústria brasileira de ônibus a perspectiva para 2022 é de crescimento de pelo menos 10% em relação a este ano, o que levaria o mercado a volumes semelhantes ao de 2020. Um fator que poderá gerar mais negócios e aumentar a produção é a entrada em vigor – em 2023 – do PROCONVE P8 (equivalente ao Euro6) e que deverá resultar na antecipação de compra por parte das empresas para adquirirem veículos de custo menor (A partir de 2023 somente serão produzidos no Brasil modelos com motorização que atendam à nova e mais rigorosa norma e, portanto, mais caros).
Segundo esses mesmos executivos, o segmento de Fretamento para transporte de funcionários de empresas, que desde o segundo semestre do ano passado segurou a produção nacional, seguirá forte, com cerca acomodação e a manutenção dos atuais volumes. Este segmento prevê crescer 80% este ano, com volume de cerca de 2.000 unidades, contra 1.200 comercializadas no ano passado.