Do Diário do Transporte
Foto: Bordo Bus/Ilustração
Sem conseguir conceder as operações do lote C da rede de ônibus municipais que era de responsabilidade da CSN (Concessionária Salvador Norte) e teve o contrato rompido, a prefeitura de Salvador precisa comprar com recursos públicos mais insumos para a operação dos ônibus.
A gestão Bruno Reis publicou nesta sexta-feira, 20 de agosto de 2021, aviso de licitação para a compra de 4,62 milhões de litros de óleo-diesel S-10 para a frota hoje operada pela prefeitura.
As propostas serão recebidas a partir de segunda-feira, 23 de agosto de 2021, com abertura de envelopes no dia 1º de setembro de 2021.
A quantidade de diesel é uma estimativa da Semb (Secretaria de Mobilidade Urbana), que diz no edital que pagará apenas pelo que for usar de forma efetiva.
A aquisição do combustível será parcelada.
A licitação se dará por meio de leilão.
O valor teto do contrato é de R$ 22 milhões (R$ 22.037.400,00), com base no preço estimado do diesel em até R$ 4,77 o litro.
Vence quem oferecer o menor preço abaixo destes tetos.
O pagamento do combustível sempre será feito pela prefeitura em até 15 dias após o recebimento do produto.
A quantidade 4,62 milhões de litros de óleo-diesel S-10 leva em conta o consumo médio mensal de aproximadamente 770 mil litros pela frota composta por 530 veículos, com 230 ônibus em operação, por um período de 180 dias.
INTERVENÇÃO/ENCAMPAÇÃO
O prefeito Bruno Reis anunciou em 27 de março de 2021, o rompimento do contrato com o consórcio alegando diversas irregulares operacionais, fiscais e trabalhistas. Segundo o prefeito, as dívidas da CSN são de R$ 516 milhões.
Os serviços estavam sob intervenção da prefeitura desde 16 de junho de 2020 e, com a caducidade, passaram a ser de inteira responsabilidade do poder público.
Por meio de nota no dia do rompimento do contrato, a CSN (Concessionária Salvador Norte) reclamou da gestão da prefeitura no setor de transportes e chegou a classificar a restruturação do sistema realizada pelo poder público como um “desastre”.
Na nota, a CSN disse também que a prefeitura foi “omissa” em “cumprir sua parte no contrato” em seis anos e criticou o prefeito, cuja postura foi classificada como “arrogante” e ainda usou o termo “incompetência” ao se referir sobre a atuação do Sindicato dos Trabalhadores no impasse.