CE: Viametro ameaça deixar transporte municipal de Juazeiro; Prefeito recorre a subsídio

Do Badalo
Foto: Divulgação/Viametro Cariri

A Viametro Cariri, que atualmente opera linhas de ônibus em alguns dos municípios da Região Metropolitana do Cariri (RMC), afirmou que pode deixar de circular no transporte municipal de Juazeiro do Norte, caso não haja reajuste na tarifa cobrada atualmente, que é de R$ 2,45. O prefeito Glêdson Bezerra (Podemos), afirmou que a empresa, inclusive, ameaçou parar a qualquer momento a circulação dos veículos no município, romper o contrato estabelecido e não mais operar na cidade.

Segundo ele, conforme o constante aumento no valor dos combustíveis, e também das peças de manutenção dos ônibus, em contrapartida com a crise econômica gerada na pandemia e o constante aumento no desemprego, está sendo inviável para a empresa manter operante.

“Com a pandemia, todas as empresas no país alegam seus prejuízos, e não é para menos. Fui procurado pela empresa Viametro, através de seus representantes, e houve a proposta de simplesmente romper o contrato, de forma amigável, para que não houvesse penalizações por parte da administração. Eles alegaram que poderiam ainda cobrar a administração municipal, pois segundo eles tinha-se aí dois anos que não haviam reajustes tarifários nas passagens. Falei logicamente que não tem como romper um contrato desses, e se o transporte municipal parar de rodar vai trazer um caos para a população de Juazeiro”, disse Glêdson.

Em contrapartida a possibilidade de romper o contrato, o gestor municipal disse que seria impossível romper este contrato nesse momento ou aumentar a tarifa, e citou que houve a possibilidade de acordo para que o transporte não seja cessado em Juazeiro do Norte, com a solicitante exigindo subsídios por parte da administração, assim como ocorre na capital e alguns municípios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

“Eu disse que obviamente seria impossível elevar os preços agora, num momento de pandemia como esse, economia em queda, desemprego em alta, então eles propuseram que o município oferecesse um subsídio, tal qual aconteceu em Fortaleza, em Caucaia e em Maracanaú. O governo do Estado, nesse caso, entrou junto com estes municípios. Fui até o governador, expliquei a situação de Juazeiro, pois não tem como deixar uma empresa dessas sem ter o transporte funcionando, pois a população teria que se valer do transporte alternativo, e é gente demais e num momento desses estamos precisando é de mais ônibus rodando”, afirma o gestor municipal.

Conforme salienta o prefeito, foi dado sinal positivo por parte do governo estadual, para que este subsídio possa ser direcionado a Viametro, e esta possa continuar operando normalmente. O valor estabelecido seria meio a meio, tendo o governo e o município que desembolsar algo entre R$ 200 e 240 mil cada parte. Para que seja aprovado, no entanto, o subsídio tem que passar pela Câmara de Vereadores de Juazeiro do Norte.

“Já colocamos algumas observações, algumas exigências, e vamos mandar o projeto para a Câmara, e além disso precisa ser bastante explicando e esclarecido por lá, junto aos representantes da empresa, para que apresentem todos estes dados a mim apresentados. Até o momento, Camilo já sinalizou positivo, e deve contribuir com metade do subsídio, então é levar a Câmara e possibilitar que o município possa contribuir com a outra metade para que este problema no transporte público seja solucionado. Eu irei fazer todo esse trabalho de organizar as finanças para possibilitar esse subsidio, mas tem que ser discutido e aprovado entre os parlamentares primeiro.”, completou Glêdson.

O contrato atual para o transporte coletivo municipal dentro de Juazeiro do Norte junto a Viametro Cariri ocorre desde março de 2016, com um total de dez linhas de ônibus que circularam por diversas localidades da cidade, incluindo o transporte universitário. Devido a situação pandêmica, apenas cinco destas rotas permanecem circulado, com frota e horários reduzidos. O acordo de reajuste tarifário exigido pela empresa, no entanto, não vale para as rotas intermunicipais entre Juazeiro, Crato, Barbalha e Missão Velha, que são administradas pelo Estado.

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