Frota de ônibus no país registrou redução de 0,5% em 2020

Da Revista Technibus
Foto: Flávio Souza/Ilustração/Arquivo

A pandemia do novo coronavírus, que se alastrou pelo país a partir da segunda metade de março de 2020, afetou o crescimento da frota de veículos, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). O número de ônibus em circulação atingiu 388,9 mil unidades em 2020, redução de 0,5% em comparação a 2019, quando havia 391 mil veículos em circulação, e a idade média foi de dez anos e nove meses.

O Sindipeças observa que a produção de novos ônibus sofreu redução de 33,5% em 2020 e do total de veículos em circulação no ano passado, 19% (que corresponde a 72.650 unidades) apresentava idade média ao redor de cinco anos, enquanto 61% (que equivale a 236.647 unidades) se situava entre seis e 15 anos de uso. Outros 20% (79.649 unidades) dessa frota tinham uso superior a 16 anos.

“O programa do governo federal Caminho da Escola tem sido importante aliado para produção e descentralização desses veículos”, destaca o sindicato.

Incluindo ônibus, caminhões, automóveis e comerciais leves a frota de veículos cresceu menos de 1% em 2020 na comparação com o ano anterior, totalizando 46,2 milhões de unidades. A maior quantidade foi de automóveis, com 38,1 milhões, aumento de 0,5% em relação a 2019. O número de comerciais leves cresceu 2,3%, atingindo 5,6 milhões de veículos e o de caminhões avançou 1,2%, totalizando 2,1 milhões de unidades.

Dos 46,2 milhões de veículos que transitaram em 2020 no país, 39,6 milhões são veículos nacionais e 6,5 milhões são importados, que participam com 14,3% da frota circulante total do país, com a participação retornando aos níveis de 2012.

Da frota total de veículos, a maior concentração está em cinco estados, sendo 29,6% em São Paulo, 12,9% em Minas Gerais, 7,6% no Paraná, 7,3% no Rio de Janeiro e 6,6% no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, circulam 5,6% dos veículos, na Bahia 3,9%, em Goiás 3,4% e no Distrito Federal 2,9%.

Idade média: Segundo o levantamento realizado pelo Sindipeças, a idade média da frota de veículos atingiu dez anos em 2020. No período de oito anos (2013 a 2020), o envelhecimento dos veículos em circulação elevou-se em um ano e sete meses. Os automóveis têm dez anos e dois meses, os comerciais leves oito anos e cinco meses e os caminhões 11 anos e dez meses.

Segundo o Sindipeças, as possibilidades de reversão desse fenômeno dependem do aumento da taxa de crescimento das vendas de veículos novos frente a taxa de sucateamento da frota existente e de políticas públicas que exijam a retirada de circulação de veículos mais antigos, ou seja, um programa de renovação da frota.

“As discussões feitas pelo governo federal, entidades setoriais e transportadores de carga para estruturar um programa de reciclagem veicular, embora traga como proposta que a primeira fase abranja caminhões, ônibus e implementos rodoviários, revela-se uma excelente iniciativa para avançar na modernização e redução da idade média dos veículos no país. Em resposta à crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19, várias nações definiram programas de incentivo para a comercialização de veículos elétricos e híbridos e a exclusão daqueles movidos à gasolina e diesel”, comenta o Sindipeças em seu relatório de frota circulante.

A relação entre a população residente e a frota circulante no país se manteve em 4,6 habitantes por veículo em 2020, abaixo da relação observada no início da década passada. Na comparação entre 2010 e 2020, essa relação declinou 1,5 pontos percentuais, favorecida pelo período de auge do setor automotivo até 2013 e estagnada, a partir de 2016, por causa da desaceleração e crise. Ao se comparar a População Economicamente Ativa (PEA) com a frota em circulação, identifica-se expressivo declínio dessa relação. A mesma, que era de 3,1 em 2010, regrediu para 2,2 habitantes economicamente ativos por veículo em 2020.

O Sindipeças publica anualmente o Relatório da Frota Circulante, com informações da estimativa da frota, baseadas nos emplacamentos e no índice de sobrevivência, estimado com base na aplicação do índice probabilístico do volume de vendas no mercado interno, sendo que esse índice varia em função da idade dos veículos.

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