Por Secco Comunicação
Foto: Divulgação (Marcopolo / Via Secco Comunicação)
O fretamento contribuiu para a manutenção dos negócios da Marcopolo no primeiro trimestre deste ano, principalmente nos segmentos de rodoviários, micro-ônibus e Volare. A companhia segue líder na produção brasileira de carrocerias para ônibus, com 51,6% de participação.
Além do fretamento, as vendas ao poder público também permanecem aquecidas, impulsionadas pelo programa federal Caminho da Escola. No primeiro trimestre, a companhia entregou 761 unidades para o programa – 397 micros, 40 urbanos e 354 modelos Volare.
“As entregas ao programa continuarão no segundo trimestre e deverão alcançar volume próximo ao total que vencemos na licitação de 2019, 4.800 unidades. Aguardamos a publicação de novo edital para a licitação do Caminho da Escola 2021/2022”, afirma José Antonio Valiati, CFO e de Relações com Investidores da Marcopolo.
“O mercado de rodoviários e micros também deverá ser beneficiado a partir do segundo semestre com a reabertura de escolas e universidades e com a retomada do turismo”, acrescenta.
A produção consolidada da companhia foi de 3.016 unidades no 1T21, sendo 2.586 no Brasil (12% inferior à do 1T20) e 430 no exterior (14,2% abaixo do volume de 1T20). Já a produção total de ônibus no país caiu 32,6% no comparativo anual, totalizando 3.065 unidades no primeiro trimestre deste ano, sem incluir os ônibus do modelo Volare.
A receita líquida da Marcopolo somou R$ 834 milhões, uma redução de 9,3% ante o 1T20. O lucro bruto atingiu R$ 100,5 milhões, com margem de 12%. O EBITDA totalizou R$ 23,5 milhões, com margem de 2,8%. O prejuízo líquido foi de R$ 14,7 milhões, com margem de -1,8%.
“O efeito sazonal que observamos regularmente no primeiro trimestre de cada ano somou-se a novos fechamentos de cidades, restrições de locomoção e aumento dos casos da doença, afetando os resultados da companhia e do setor”, observa o CFO.
Mercado externo: As exportações também foram impactadas pela segunda onda de Covid-19, totalizando 427 unidades no primeiro trimestre deste ano, contra 648 unidades no mesmo período do ano passado.
A companhia negocia novos pacotes para o continente africano, com parte dos pedidos sendo transferida do primeiro para o segundo e o terceiro trimestres. As operações na Austrália e na Argentina apresentam perspectivas positivas. O mercado australiano está praticamente normalizado e o argentino continua necessitando renovar a frota de ônibus urbanos.
“A Marcopolo Argentina deverá continuar apresentando volumes crescentes à medida que a planta consolida a sua expertise na produção de urbanos, lembrando que essa fábrica se dedicava somente a rodoviários”, comenta Valiati.
A Marcopolo México e a Marcopolo África do Sul observam uma recuperação discreta no curto prazo, que deverá se tornar mais consistente a partir do segundo semestre. Na Colômbia, com a finalização das entregas de veículos para a renovação da frota de Bogotá, a coligada Superpolo mantém resultados saudáveis, com tendência de incremento também a partir do segundo semestre deste ano.
Já a coligada canadense NFI Group Inc. deverá se beneficiar da vacinação mais rápida na América do Norte, bem como por políticas de renovação de frotas por ônibus elétricos em seus principais mercados, na avaliação da companhia.
“A companhia segue contendo despesas e investimentos, e mitigando os aumentos de custos causados pela inflação com ganhos de eficiência e repasse de preços. Continuamos focados em ganhar competitividade e desenvolver produtos inovadores, direcionados ao transporte coletivo integrado e sustentável, para aproveitarmos as oportunidades na futura retomada do mercado”.