Além de metrô e trens, SP vai implantar bilhete digital em ônibus da EMTU

Do Agora SP
Foto: Eduardo Toledo/Ilustração

Os bilhetes digitais, que já estão substituindo os antigos modelos no metrô e na CPTM, também serão aceitos em toda a frota gerenciada pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo). A empresa opera linhas que circulam em 134 cidades paulistas das regiões da Grande São Paulo, Campinas, Sorocaba, Baixada Santista, Vale do Paraíba e litoral norte, atendendo cerca de 5,5 milhões de passageiros.

Segundo disse ao Agora o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, a intenção da gestão João Doria (PSDB) é a de que o projeto seja concluído até março do ano que vem. “Primeiro vamos concluir no metrô e na CPTM para depois implementar na EMTU. É uma transição mais longeva pelo fato de que são quase 5,5 milhões de usuários”, afirmou.

Também até março de 2022 deve ser concluída a transição do cartão BOM para o TOP.

Em testes há mais de um ano, o bilhete com QR code —um tíquete com código bidimensional e que pode ser pago encostando o celular em um leitor— foi adotado oficialmente no metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) no ano passado.

Ela foi intensificada a partir da última segunda-feira, quando 20 estações de metrô e trens passaram a vender apenas esse tipo de bilhete em substituição ao antigo tíquete unitário de papel, chamado tecnicamente de Edmonson. Nas outras cerca de 160 estações (entre trens e metrô), o modelo antigo continua a ser vendido, além do QR code.

Todas as estações de trens e metrô contam com totens onde é possível comprar o novo bilhete. Foram implantados 627 terminais de autoatendimento em todas as estações. Neles, é possível realizar a compra por meio de cartão de débito apenas. Apenas nas bilheterias das estações é possível comprar com dinheiro em espécie (notas ou moedas). A outra forma de adquirir o produto é instalando o aplicativo TOP no celular. Pelo dispositivo é possível fazer a compra tanto pelo crédito quanto pelo débito.

A tendência é que cada vez mais sejam utilizados meios digitais de aquisição das passagens, sobretudo pelo aplicativo. “O intuito é reduzir cada vez mais o número de bilheterias nas estações para que as pessoas sejam estimuladas a utilizar pelo smartphone”, mantém a aspas. A ideia é manter bilheterias apenas em estações de maior demanda, tais como Sé, Brás e Barra Funda. Em estações de menor demanda, os estabelecimentos conveniados próximos às estações podem vender os bilhetes.

Ainda segundo o secretário, quando a mudança nas bilheterias de linhas de trem e do metrô estiver totalmente concluída, o novo sistema representará uma economia de R$ 100 milhões.

“A gente vai ter uma redução de custo muito grande e uma redução de operação também. Era [o Edmonson] uma logística complexa e cara”, afirma.

Apesar de representar a menor parcela dos meios de pagamento (15% de passageiros usam os bilhetes avulsos no metrô, e 25%, na CPTM), eles representam um custo alto para serem produzidos e demandam uma logística específica. Isso ocorre porque, após o usuário inserir o tíquete em papel na catraca, ele fica depositado num compartimento do bloqueio. Com o QR Code isso não acontece, já que é um papel avulso.

Sem prazo

Ainda não é possível saber quando todo o sistema operará somente com o novo bilhete, segundo Baldy. Isso porque as catracas continuarão a receber o modelo antigo por tempo indeterminado.

Outro fator é que 7% dos passageiros usam o dinheiro em espécie para pagar pelo bilhete. Esse uso é acentuado em estações de grande demanda, tais como Sé, Brás e Barra Funda.

A tentativa de uso do QR code em massa no sistema de transportes não é nova. Em julho de 2016 foi realizado um projeto-piloto nas linhas do corredor ABD-São Paulo da EMTU que atendiam, à época, 300 mil pessoas. A tentativa, porém, não vingou.

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