Metrô do Rio terá tarifa mais alta do Brasil

Do Idec
Foto: MetrôRio

Idec fez levantamento dos preços de passagens dos transportes sobre trilhos nas capitais. Com aumento previsto, metrô carioca será o mais caro do país

A tarifa do MetrôRio poderá chegar a R$ 6,30 a partir de 2 maio, quando entra em vigor o aumento planejado para o sistema de transportes carioca. Com o aumento, o Rio terá a passagem mais cara de transporte sobre trilhos do Brasil, segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Hoje o Distrito Federal tem a tarifa mais alta, com valor de R$ 5,50.

Atualmente o valor da tarifa do metrô do Rio é de R$ 5,00. Por contrato, ela pode ser revista anualmente. Em março deste ano, a Agetransp – órgão público responsável pela regulação e fiscalização do sistema de transporte coletivo no estado – autorizou reajuste de até 25,71% do preço da passagem. O novo valor era para ter entrado em vigor no início de abril, mas foi adiado a fim de que o poder público e a empresa que opera o sistema pudessem ter mais tempo para chegar a um acordo que resulte em um reajuste menor.

De acordo com os cálculos feitos pelo Idec, o novo valor da tarifa do metrô vai comprometer 27% da renda do trabalhador que ganha um salário mínimo (R$ 1.045,00), resultado do pagamento de 44 passagens mensais.
No país, o valor médio das tarifas praticadas no sistema sobre trilhos é de R$ 4,05, o que significa o comprometimento médio de 17% de valor de um salário mínimo.

“Nós nos reunimos com representantes da Secretaria de Estado de Transportes (Setrans) do Rio para debater outras formas de pagar os custos do sistema de transportes, que não seja só a tarifa paga pelo usuário. Mas o eEtado do Rio de Janeiro tem uma situação fiscal que dificulta a busca de novas receitas para financiar as tarifas no curto prazo, porque tudo precisa ser aprovado por um comitê de recuperação fiscal. Esperamos que ao menos um acordo semelhante ao que foi feito com a Supervia seja possível em relação ao metrô”, explicou o coordenador do programa de Mobilidade Urbana do Idec, Rafael Calabria.

Em fevereiro, após uma grande mobilização do Idec, Casa Fluminense, entidades estudantis e sindicatos, foi possível diminuir o impacto do aumento previsto para a passagem dos trens da Supervia. Isso porque, inicialmente, a tarifa subiria de R$ 4,70 para R$ 5,90, mas acabou reajustada para R$ 5,00. Mesmo assim, esse aumento da Supervia já corresponde a 21% do salário mínimo comprometido todo mês com o transporte.

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