Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Prefeitura de São Luís)
Os trabalhadores da Expresso Marina iniciaram uma greve nesta segunda-feira (17), reduzindo a circulação de ônibus em cerca de 17 bairros de São Luís. Com a paralisação, somada à greve dos rodoviários da empresa 1001, o transporte público da capital maranhense já tem mais de 30 bairros afetados.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, Marcelo Brito, o motivo da paralisação é o atraso no pagamento de salários. A Expresso Marina ainda não se manifestou sobre o caso.
Em nota, a Prefeitura de São Luís afirmou que as empresas têm mantido apenas 80% da frota em operação, descumprindo o contrato de concessão, e que, por isso, continuará realizando o repasse de subsídios de forma proporcional.
“A Prefeitura de São Luís informa que os empresários de transporte têm colocado apenas 80% da frota em circulação, descumprindo o contrato e prejudicando a população. Ainda assim, reivindicam o pagamento de 100% do subsídio. O município esclarece que pagamento de 100% do subsídio só será feito, quando 100% da frota estiver operando nas ruas”, diz o comunicado.
Como medida emergencial, o município anunciou o pagamento de corridas por aplicativo para atender a população afetada. A gestão também informou que está acompanhando as negociações entre empresários e trabalhadores e adotará medidas administrativas e judiciais contra a empresa.
Greve da empresa 1001 completa quatro dias
Os motoristas e cobradores da empresa 1001 estão em greve desde sexta-feira (14), reivindicando o pagamento de salários, plano de saúde, ticket-alimentação e outros benefícios. O Sindicato dos Rodoviários afirmou que o movimento será mantido até que o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) apresente uma proposta.
O SET alega que a crise no sistema foi provocada pela falta de repasse de subsídios da Prefeitura de São Luís, que somam cerca de R$ 7 milhões. O sindicato argumenta que os recursos são essenciais para o pagamento dos funcionários e manutenção das operações.
Impasse entre empresários e Prefeitura
O repasse dos subsídios faz parte de um acordo homologado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), que também determinou reajuste de 7% nos salários e 10% no auxílio-alimentação. Segundo o SET, a Prefeitura descumpriu o acordo, comprometendo o equilíbrio financeiro do sistema.
Desde fevereiro, uma liminar da Justiça determina que 80% da frota permaneça em circulação durante greves, medida que segue em vigor. O prefeito Eduardo Braide (PSD) reafirmou que o pagamento integral do subsídio só será feito se 100% da frota estiver nas ruas.
“Os empresários só estão rodando com 80% da frota, e mesmo assim querem receber 100% do valor do subsídio, algo que não vou aceitar. Se quiserem receber 100%, terão que rodar com 100% da frota”, disse Braide em publicação nas redes sociais.
O SET afirmou que segue cumprindo as determinações judiciais e que permanece aberto ao diálogo. Em ofício encaminhado à Prefeitura no dia 7 de novembro, o sindicato classificou o cenário como de “insegurança jurídica, social e econômica” e criticou o impasse nas negociações da Convenção Coletiva de Trabalho de 2024.





