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Avenida Roberto Freire enfrenta impasse na gestão das faixas exclusivas de ônibus em Natal

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Matheus Felipe

O principal eixo turístico de mobilidade de Natal, a Avenida Engenheiro Roberto Freire, enfrenta problemas na gestão de suas faixas exclusivas de ônibus. Implantadas em outubro de 2020, as vias que deveriam garantir agilidade no transporte coletivo sofrem com falta de manutenção, indefinição de competências entre os órgãos responsáveis e atrasos constantes, afetando milhares de passageiros diariamente.

A divisão de responsabilidades tem comprometido a operação no trecho de seis quilômetros da Roberto Freire, prejudicando diversas linhas de ônibus. No total, Natal conta com 50,23 km de faixas exclusivas, dos quais 40,96 km são administrados pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU). Os 9,27 km restantes, incluindo a Roberto Freire e a Ponte Newton Navarro, estão sob gestão de órgãos estaduais e federais, como o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RN) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Essa fragmentação dificulta a manutenção e a fiscalização.

Disputa de competências
A STTU já manifestou interesse em assumir a gestão da Roberto Freire, defendendo que a municipalização traria respostas mais rápidas às demandas locais. Atualmente, a secretaria realiza fiscalização e manutenção apenas nos trechos sob sua administração, com uso de agentes, videomonitoramento e sinalização.

O DER-RN, responsável pela Roberto Freire, afirmou que sua atuação se limita a obras de pavimentação, tapa-buracos e roçagem, destacando um projeto de sinalização em andamento. O órgão informou que a fiscalização é responsabilidade do Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE), que não se pronunciou até o fechamento desta edição.

Já o Dnit esclareceu que sua competência é restrita às rodovias federais. Em nota, afirmou que a operação e o uso das faixas exclusivas são atribuições dos órgãos de trânsito.

Expansão em discussão
Enquanto persiste o impasse sobre a Roberto Freire, o Conselho Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana (CMTMU) discute projetos de ampliação das faixas exclusivas. Entre os trechos previstos estão a BR-101, entre o Centro Administrativo e o Natal Shopping, e a Avenida Nevaldo Rocha, com custo estimado em R$ 24,6 milhões.

A secretária da STTU, Jódia Melo, defende os investimentos. Segundo ela, as faixas exclusivas “evitam congestionamentos, sinistros e agilizam o tráfego”, beneficiando cerca de 35 linhas e reduzindo o tempo de viagem em até 15 minutos.

O Dnit informou ainda que não houve manifestações recentes do município sobre municipalização de trechos sob sua responsabilidade. A autarquia destacou um convênio de 2012, vigente até 2037, que repassou à Prefeitura de Natal a administração de trechos da BR-101 e da BR-226 na área urbana da capital.

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