Do PORTAL UNIBUS
Foto: Marcelo Camargo (Agência Brasil)
O mercado de combustíveis no Brasil apresentou movimentos distintos no primeiro semestre de 2025. Enquanto o diesel B registrou recorde histórico de consumo, a gasolina e o etanol tiveram leves recuos de preço em agosto, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL).
De janeiro a junho, as vendas de diesel B totalizaram 32,9 milhões de m³, alta de 2,2% frente ao mesmo período de 2024. O avanço foi impulsionado pelo crescimento das atividades agrícolas e industriais. “O índice ABCR confirmou essa tendência, mostrando aumento de 2,2% no fluxo de veículos pesados nas principais rotas pedagiadas em comparação ao ano anterior”, explica Bruno Cordeiro, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Para o segundo semestre, a StoneX prevê que a demanda siga aquecida com a colheita do milho safrinha e o início do plantio da soja, ainda que o ritmo da indústria e o impacto das tarifas norte-americanas possam frear parte do consumo. A projeção de crescimento anual do diesel B foi revisada de 3% para 2,7%, totalizando 69,1 milhões de m³.
Regionalmente, o Nordeste liderou o crescimento no semestre, com alta de 227 mil m³, puxada pelas exportações agrícolas e pela indústria de transformação. Sul e Centro-Oeste também tiveram aumentos expressivos, enquanto o Sudeste avançou de forma mais modesta em razão da queda industrial.
Já a demanda por diesel A chegou a 28,7 milhões de m³ (+1,6%), influenciada pela ampliação da mistura de biodiesel, que passou a ser B14 em janeiro e será B15 em agosto. Isso reduziu a necessidade de diesel fóssil. No mesmo período, a produção doméstica caiu 2,6% e as importações cresceram 13,2%, elevando a participação externa a 25,4% da oferta total.
Se por um lado o diesel mostrou forte crescimento, a gasolina e o etanol apresentaram leve recuo de preços em agosto. A gasolina caiu 0,31% em relação a julho, com preço médio de R$ 6,34. O etanol teve queda de 0,46%, chegando a R$ 4,35.
“A entrada em vigor da nova proporção de etanol anidro na gasolina, que passou de 27% para 30%, ajudou a reduzir o custo ao consumidor. Como o etanol está mais barato, influenciou diretamente no preço final da gasolina”, explica Renato Mascarenhas, diretor de Rede de Abastecimento da Edenred Mobilidade.
O Centro-Oeste foi a região que registrou a maior queda no preço da gasolina (-0,62%, R$ 6,43), enquanto o Sudeste teve o menor valor médio (R$ 6,19). O Acre manteve a gasolina mais cara do país, a R$ 7,49. No caso do etanol, o menor preço foi em São Paulo (R$ 4,09) e o maior no Amazonas (R$ 5,44).
De acordo com o IPTL, em 10 estados o etanol já é mais vantajoso financeiramente em relação à gasolina, além de contribuir para a redução da emissão de poluentes.