Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (MobiBrasil)
Com uma gestão liderada por três irmãs — Niege, Tatiana e Andréa Chaves —, a MobiBrasil tem se destacado por promover a presença feminina em um setor historicamente dominado por homens. Em sua operação na capital paulista, a empresa já conta com 100 motoristas mulheres, o que representa 7% do total. A meta é ousada: alcançar 30% do quadro de condutores formado por mulheres até 2027.
E o protagonismo feminino não se limita à direção dos ônibus. Atualmente, 30% dos cargos de gerência na empresa são ocupados por mulheres, além da presença feminina nas funções de cobradora, manutenção, lanternagem e pintura. “As mulheres se destacam especialmente no setor de lanternagem e pintura, pois são muito caprichosas. E são sempre dedicadas, independente da função. Na direção, são extremamente cuidadosas. Temos um grande orgulho de abrir novos campos de trabalho para as mulheres”, destaca Niege Chaves, vice-presidente do Grupo MobiBrasil.
A empresa também criou, há cerca de um ano, um grupo de trabalho interno para debater questões de gênero e igualdade. No programa Jovem Aprendiz, 70% dos participantes são mulheres, o que reforça o compromisso da companhia em fomentar a inclusão desde o início da trajetória profissional.
“Sou contra qualquer tipo de discriminação. Não se trata de excluir os homens, mas de ampliar as oportunidades para a população feminina. Antes, só se viam mulheres nas áreas administrativas das empresas de ônibus. Hoje já podemos encontrá-las também nas oficinas, na operação e em cargos de chefia”, afirma Niege, que tem 35 anos de atuação no setor.
“Elas no Transporte”: um encontro para lideranças femininas
Além da atuação na MobiBrasil, Niege também se mobiliza para fortalecer a rede de mulheres em todo o segmento de transporte coletivo. Junto à empresária Luciana Herszkowicz, ela idealizou o “Elas no Transporte”, um encontro que será realizado no próximo dia 2 de junho, em São Paulo, com foco na troca de experiências e no fortalecimento das lideranças femininas do setor.
A proposta é que o evento seja apenas o primeiro de muitos. “Teremos novos encontros e também outras iniciativas, como cursos, palestras e a criação de um grupo de trabalho focado no tema. Vamos também realizar uma pesquisa para mapear as principais demandas das mulheres no setor e, assim, construir uma agenda de ações concreta”, antecipa Niege.
Para a empresária, o momento é de avanço, mas ainda há muito a ser conquistado. “O setor está em evolução, porém ainda temos que evoluir mais. Sou uma pessoa otimista que acredita que devemos comemorar cada conquista. E já avançamos de forma significativa. Estamos sempre em movimento e vamos continuar assim.”
