Do PORTAL UNIBUS
Foto: Acervo do jornal Tribuna do Norte (Resgate: PORTAL UNIBUS)
Está de volta a coluna “Retrô”! Esse espaço do PORTAL UNIBUS traz pra você retratos históricos do que já ocorreu, algum dia, na operação do transporte público de passageiros no Rio Grande do Norte. E, para essa edição, vamos relembrar o tempo em que o transporte opcional de Natal (e da região metropolitana) foi operado por vans.
O assunto está em evidência após a grande repercussão de reportagens publicadas pelo PORTAL UNIBUS envolvendo denúncias de usuários quanto a problemas envolvendo veículos do transporte opcional na região metropolitana de Natal. As reclamações dão conta de problemas estruturais, de acessibilidade e, até mesmo, veículos hoje considerados inadequados para o transporte de passageiros, como as vans – protagonistas desta edição da coluna “Retrô”.
Kombi, Sprinter, Topic…
Em meados do fim dos anos 1990, um fenômeno observado em várias capitais de estados brasileiros se observava em Natal: O crescente uso de veículos irregulares destinados ao transporte de passageiros. Era comum visualizar veículos de passeio e de maior porte, como as vans, fazendo itinerários de linhas de ônibus em nossa cidade.







Visando coibir essa prática, foi implementada, na capital potiguar, uma regulamentação pioneira para a organização desse sistema – Natal foi uma das primeiras cidades brasileiras a organizar esse tipo de atividade. Assim, no fim dos anos 1990, foi criado o sistema de transporte complementar.
Inicialmente, os veículos operavam em itinerários praticamente idênticos aos de linhas de ônibus regulares. Era comum você visualizar, no centro da capital, vans e ônibus ostentando o mesmo código de linha disputando passageiros nas paradas.
Já no início dos anos 2000, uma atualização dessa regulamentação foi criada, com a criação de linhas específicas para o transporte opcional. As quatro zonas administrativas de Natal receberam linhas do transporte opcional, que tinham 3 dígitos no código – para diferenciar das linhas de ônibus que, na sua imensa maioria, tinham dois dígitos.
Os itinerários também foram modificados, priorizando o atendimento a regiões que não eram cobertas por ônibus do sistema regular.
Nessa época, as linhas do transporte alternativo de Natal eram operadas por vans. Veículos como Sprinter, da Mercedes-Benz, Kombi, da Volkswagen, Towner e Topic, da Asia Motors, e a Besta, da KIA Motors, eram os veículos mais comuns em operação nesse serviço.
Espaço exclusivo para cadeirantes? Não havia. Espaço para idosos? Nem pensar. Usá-los não era, definitivamente, sinônimo de conforto. Aperto nos bancos, falta de espaço para circulação de passageiros e apenas uma porta para embarque e desembarque eram cenários comuns nessa operação.
Vans também na Grande Natal
O transporte opcional da região metropolitana de Natal também teve a operação feita por vans nessa mesma época. Linhas que atendiam, por exemplo, a ligação entre Natal e bairros de Parnamirim possuíam a operação feita por esse tipo de veículo.

Vans usadas até hoje
Apesar de não serem mais consideradas como aptas ao transporte coletivo de passageiros, até hoje há a operação de vans no transporte público. Um exemplo é o sistema Interbairros, de Parnamirim, na região metropolitana de Natal.

Dentre as seis linhas que são operadas na cidade, há a circulação de vans. Veículos que já são bastante velhos, que não aparentam estar com o melhor estado de conservação, e não atendem às normas técnicas em vigor para o transporte remunerado urbano de passageiros são vistos nas ruas da terceira maior cidade do RN.