Rio de Janeiro registra queda de 90% nos casos de vandalismo nas estações do BRT

Assaltos a ônibus crescem quase 30% no Rio de Janeiro no 1º trimestre de 2025

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Tânia Rêgo (Agência Brasil)

O número de assaltos a ônibus na cidade do Rio de Janeiro aumentou significativamente nos três primeiros meses de 2025. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram registrados ao menos 1.052 casos no período — alta de quase 30% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Em todo o ano de 2024, a capital fluminense contabilizou 4.449 ocorrências desse tipo.

A situação evidencia o agravamento da violência no transporte público da cidade. Um dos episódios mais recentes aconteceu na quarta-feira (7), quando quase 30 passageiros viveram momentos de pânico em um coletivo que fazia o trajeto entre Cabuçu, em Nova Iguaçu, e o Centro do Rio.

Casos de violência dentro dos ônibus têm se tornado frequentes. O vendedor Felipe Dantas relatou que foi agredido durante um assalto no dia 6 de abril, enquanto voltava do trabalho em um ônibus da linha 298 (Acari x Castelo). “Um veio na minha direção e o outro foi na direção das mulheres, usaram força bruta, um me deu soco, outro bateu na menina, arrancou a bolsa. Levaram só meu celular, mas delas foi celular, bolsa, documento, tudo”, contou ao G1.

O medo é constante entre passageiros e trabalhadores. “Assaltaram uma senhorinha na entrada do ônibus e ela teve ataque cardíaco e foi para o hospital. Foi horrível de ver”, relatou o estudante Roberto Amaral. Já o motorista Gleison Guedes contou ter sido vítima em Madureira: “Ele entrou, tentou me dar três facadas, levou o dinheiro, o celular e foi isso.”

Os bairros com maior número de registros de assaltos a ônibus neste início de ano são Benfica, Bonsucesso, Higienópolis, Manguinhos, Maré e Ramos. Segundo o Sindicato dos Rodoviários do Rio, a Avenida Brasil segue como o ponto mais crítico da cidade, especialmente no trecho entre Campo Grande e o Caju. A maioria dos crimes ocorre em horários de pico, entre 4h30 e 7h da manhã e entre 17h e 21h30.

A violência tem provocado afastamentos e desistência da profissão. De acordo com o sindicato, entre 2022 e 2024, 253 motoristas foram afastados, muitos com apoio do INSS ou por estarem em tratamento psicológico. “Os que estão operando têm pedido para mudar de profissão, feito acordo, saindo das empresas. Outros estão em tratamento psicológico. A violência continua sendo um dos principais entraves para o transporte público na cidade do Rio de Janeiro. Precisamos dar um basta nisso”, afirmou Sebastião José, presidente da entidade.

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro informou que o combate aos roubos em ônibus é uma das prioridades da corporação. Segundo a PM, batalhões de toda a Região Metropolitana têm realizado policiamento transportado, com presença de agentes nos coletivos para reforçar abordagens e revistas preventivas.

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