Prefeitura do Rio antecipa fim de concessões de ônibus e assume linhas com pior serviço já em junho

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Fernando Frazão (Agência Brasil)

A Prefeitura do Rio de Janeiro deu um passo decisivo para reformular o sistema de ônibus da cidade. Em acordo firmado com os quatro consórcios que operam as linhas municipais — Transcarioca, Transoeste, Intersul e Internorte — ficou definido que os contratos de concessão, que só venceriam no fim de 2028, começarão a ser encerrados já a partir de junho de 2025.

O acordo foi oficializado em audiência no Tribunal de Justiça do Rio, no último dia 30, e agora aguarda homologação do Ministério Público. A mudança começa pela Zona Oeste, região com piores indicadores de qualidade no transporte coletivo, onde a Prefeitura passará a operar 23 linhas diretamente, por meio da estatal Mobi-Rio, que já gerencia os corredores de BRT, ou via aluguel de frota privada enquanto não ocorre a nova licitação.

Linhas prioritárias e cronograma da mudança
Entre as primeiras linhas a passar ao controle da Prefeitura estão:

= 731 – Campo Grande x Marechal Hermes
= 870 – Sepetiba x Santa Cruz
= 893 – Jardim Palmares x Campo Grande

Essas linhas foram escolhidas por apresentarem ônibus antigos, frota reduzida e más condições de operação. A estratégia prevê que a Ilha do Governador também entre nas etapas iniciais da transição. Já a Zona Norte e a Zona Sul devem ter a gestão alterada entre 2027 e 2028, quando a substituição completa das operadoras será finalizada. Até lá, o modelo antigo e o novo coexistirão.

Novo modelo de concessão
Diferente da divisão em quatro grandes áreas adotada em 2010, o novo formato vai pulverizar a operação em cerca de 40 lotes, mesclando trechos lucrativos e deficitários para evitar concentração de renda e abandono de linhas menos atrativas. A intenção da Prefeitura é garantir maior equilíbrio operacional e facilitar a fiscalização e controle de qualidade.

Renovação da frota e recursos liberados
Outro ponto central do acordo é a modernização da frota. Até novembro, os últimos 200 ônibus sem ar-condicionado devem ser retirados de circulação. Para viabilizar a substituição, a Prefeitura vai liberar R$ 70 milhões que estavam retidos em uma conta judicial, além de renegociar subsídios e repasses pendentes com as empresas operadoras.

A Prefeitura vê no novo modelo uma oportunidade de corrigir falhas históricas do sistema, ampliar a qualidade dos serviços e implementar um controle mais rigoroso do desempenho das empresas. A mudança representa um dos passos mais ambiciosos da atual gestão no setor de mobilidade urbana da capital fluminense.

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