Aracaju recebe 10 novos ônibus equipados com tecnologia e conforto

Alta da Selic derruba projeções de crescimento e mercado de ônibus deve repetir desempenho de 2024, prevê Fabus

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Ronald Almeida (Secom / Prefeitura de Aracaju)

A Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus) revisou para baixo suas estimativas de produção para 2025 e agora prevê um cenário de estabilidade, com desempenho semelhante ao de 2024, quando o setor fabricou 23.099 unidades — número 17,78% superior ao de 2023. A projeção inicial era de crescimento de 5%, com 24 mil unidades produzidas, mas o aumento da taxa básica de juros (Selic) para 15% ao ano esfriou o otimismo da indústria.

“O empresário vai retardar as compras”, afirma Ruben Bisi, presidente da Fabus, em entrevista à Revista Technibus. Segundo ele, o problema não está na demanda, que segue aquecida em diversos segmentos, mas sim na insegurança provocada pelo cenário macroeconômico. “Há instabilidade e falta de credibilidade quanto ao comportamento da economia”, diz.

O setor segue sustentado por pilares como o aumento das tarifas no transporte urbano, a demanda crescente no turismo, os preços elevados das passagens aéreas, que impulsionam o transporte rodoviário, e os programas governamentais como o Caminho da Escola e o PAC 3. Este último prevê R$ 4,4 bilhões para renovação de frota por meio do Refrota, com recursos do FGTS repassados aos bancos de montadoras.

Apesar disso, Bisi alerta para os desafios do segundo semestre. “O aumento dos juros vai conter o consumo e esfriar a economia, que deve crescer apenas 1,9% neste ano, afetando todos os setores”, afirma. O dirigente defende reformas estruturais, como a administrativa, para reduzir o tamanho do Estado, controlar o gasto público e permitir a queda da inflação e da Selic.

O primeiro trimestre ainda apresentou bons números: a Volare cresceu 29%, com 818 veículos vendidos, o segmento rodoviário avançou 9,6%, com 1.607 unidades, e as exportações subiram 14,3%, somando 526 unidades. Contudo, Bisi reforça que esses indicadores podem não se manter com a atual política monetária restritiva.

Sobre o cenário internacional, o presidente da Fabus minimiza os impactos da política tarifária dos EUA, destacando que o Brasil não exporta ônibus para aquele país, mas vê potencial em aumentar a venda de alimentos para a China, diante da reconfiguração do comércio global.

Assim, o setor de ônibus entra em compasso de espera: embora o início de 2025 tenha sido promissor, a incerteza econômica deve frear novos investimentos e manter o ritmo da produção próximo ao observado no ano passado.

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