Do PORTAL UNIBUS
Foto: Marcelo Camargo (Agência Brasil)
As constantes variações no preço dos combustíveis continuam impactando diretamente o setor de transportes em 2025. Influenciados por fatores como conflitos internacionais e a oscilação do dólar, os reajustes vêm exigindo atenção redobrada das empresas e consumidores. Recentemente, com a desvalorização da moeda americana, o barril do petróleo teve queda no valor, o que pode representar alívio nas bombas.
A Petrobras, principal fornecedora de combustíveis no Brasil, tem adotado uma política de preços que lembra uma gangorra. Em fevereiro, houve aumento de R$ 0,22 por litro no preço do diesel, como forma de alinhamento ao mercado internacional. Já em abril, a estatal reduziu o preço em R$ 0,17 por litro, buscando suavizar o impacto ao consumidor final.
Apesar da redução, o efeito no bolso do consumidor pode demorar. Segundo Vitor Sabag, especialista em combustíveis da Gasola – plataforma de gestão de abastecimento –, o principal entrave está nas distribuidoras. “Quando há aumento, o reajuste é imediato, pois o próximo lote virá mais caro. Mas, em caso de redução, o repasse demora, porque as distribuidoras e os postos ainda têm estoques comprados a preços maiores e tentam evitar prejuízos”, explica.
Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apontam que, entre janeiro e março deste ano, o preço do diesel importado caiu R$ 0,52 por litro nos portos brasileiros. A queda tornou o produto internacional mais atrativo às distribuidoras, pressionando as refinarias locais.
“Por isso dizemos que o preço sobe como um foguete e desce como uma pena”, resume Sabag. “A estrutura do mercado, os contratos de exclusividade entre postos e distribuidoras e a baixa concorrência também influenciam essa lentidão no repasse.”
O especialista ainda alerta que o cenário é imprevisível. “Uma nova guerra no Oriente Médio ou na Ásia pode mudar tudo da noite para o dia. Por isso, quem depende desse mercado precisa estar sempre atento para se proteger dessas variações.”