Do PORTAL UNIBUS
Foto: Gabriel Jabur (Agência Brasília)
A Pesquisa CNT de Rodovias 2024, divulgada em fevereiro pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pelo SEST SENAT, revelou que um quarto das estradas brasileiras apresenta condições inadequadas. O estudo, considerado o mais abrangente sobre a infraestrutura rodoviária do país, avaliou 111.853 quilômetros de rodovias pavimentadas e classificou 7,5% como ótimas, 25,5% como boas, 40,4% como regulares, 20,8% como ruins e 5,8% como péssimas.
Apesar de uma leve melhora na qualidade geral das rodovias em relação a anos anteriores, as condições deficientes ainda impactam a segurança viária e resultam em custos financeiros expressivos. Entre 2016 e 2024, a média anual de prejuízos com acidentes, considerando despesas médicas, perda de produtividade e danos materiais, foi de R$ 14,58 bilhões.
Para mitigar esses impactos, empresas de logística têm investido em soluções tecnológicas, como dispositivos que monitoram em tempo real as condições de transporte das cargas. Os registradores de impacto, por exemplo, são utilizados para acompanhar vibrações e impactos que possam comprometer a integridade de equipamentos sensíveis. Esses dispositivos registram e transmitem os dados em tempo real, permitindo tomadas de decisão rápidas e servindo como evidência para seguradoras em caso de danos.
Monitoramento reduz reclamações e otimiza operações
De acordo com a AHM Solution, empresa especializada em gestão de danos na malha logística, o uso de registradores de impacto pode reduzir em até 70% as reclamações por avarias já no primeiro mês de utilização.
“A tecnologia permite que o embarcador, o cliente final e a seguradora tenham acesso aos dados em tempo real, possibilitando ações imediatas, como interromper a viagem, enviar um técnico ao local ou acionar um serviço de reparo. Sem esse monitoramento, é necessário esperar a chegada da carga ao destino para avaliar os danos, o que pode gerar custos adicionais e atrasos em pagamentos”, explica Afonso Moreira, CEO da AHM Solution.
Além da redução de prejuízos imediatos, a análise de dados coletados ao longo do tempo possibilita a otimização das operações logísticas. O histórico de informações permite aprimorar rotas, selecionar fornecedores mais qualificados e antecipar desafios em determinadas regiões.
“No cenário atual, em que a inteligência artificial está cada vez mais presente, a análise de dados a longo prazo possibilita a criação de planos de contingência mais eficientes. Podemos definir as melhores rotas, escolher veículos e fornecedores adequados e prever a demanda e os desafios logísticos para diferentes tipos de transporte”, conclui Moreira.
Com iniciativas como essas, o setor busca minimizar os impactos da infraestrutura deficiente e aprimorar a eficiência do transporte de cargas no Brasil.