Do PORTAL UNIBUS
Foto: Matheus Felipe
Desde o reajuste da tarifa de transporte público em Natal para R$ 4,90 no último dia 29 de dezembro, passageiros e motoristas têm enfrentado dificuldades com a devolução do troco de R$ 0,10. A situação tem gerado reclamações de usuários, que temem prejuízos futuros, e de motoristas, que alegam a falta de moedas e relatam prejuízo financeiro.
“Eu paguei com R$ 5 e o motorista disse que não tinha os R$ 0,10 para devolver. Quando for pagar novamente, não vamos ter o valor exato e eles não vão deixar a gente passar”, reclamou uma passageira em entrevista à TV Tropical.
Motoristas relatam dificuldades
Os motoristas dos ônibus também estão enfrentando transtornos. Muitos afirmam que a falta de moedas impacta diretamente o trabalho. “Nem sempre temos os R$ 0,10 e isso deixa o passageiro irritado. A gente tenta explicar, pede para esperar um pouco e, quando consegue, entrega o troco”, relatou um condutor.
Outro motorista, que preferiu não se identificar, destacou que as empresas não fornecem moedas para troco, obrigando os profissionais a usarem dinheiro próprio para atender os passageiros.
“Trabalhamos sem fundo de caixa fornecido pela empresa. Precisamos trocar dinheiro onde conseguimos, seja em cigarreiras ou comércios. Muitas vezes, o troco de R$ 0,10 ou R$ 0,05 simplesmente não existe. Já precisei dar moedas de R$ 0,25, e isso, no final do dia, faz falta no meu bolso”, lamentou.
Direitos do consumidor
O advogado de defesa do consumidor, Araken Farias, reforçou que o troco é um direito do passageiro e que a ausência dele não pode impedir o uso do serviço. “O passageiro não pode ser impedido de viajar por falta de troco. Caso isso ocorra, o transporte deve ser gratuito. O consumidor também pode buscar reparação na Justiça se for constrangido ou impedido de seguir viagem”, afirmou.
Além disso, o subcoordenador do Procon RN, Oberdan Medeiros, recomendou que os passageiros registrem formalmente as reclamações, utilizando vídeos ou fotos como provas. “Formalizar a queixa junto ao Procon é essencial para que o caso seja apurado”, destacou.
Posição do SETURN
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Natal (Seturn) reconheceu o problema com a escassez de moedas e sugeriu que os usuários adotem o pagamento eletrônico como alternativa.
“Estamos enfrentando uma grande dificuldade logística devido à escassez de moedas de R$ 0,10. Recomendamos que os passageiros adquiram créditos eletrônicos nos mais de 130 postos credenciados na cidade ou pelo aplicativo NuBus”, informou o sindicato em nota.
Enquanto a solução definitiva não é implementada, passageiros e motoristas seguem enfrentando os desafios diários causados pela falta de troco.