Aumento no valor da tarifa de ônibus no Grande Recife gera insatisfação entre usuários

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Rafael Fernandes (Gentilmente cedida ao PORTAL UNIBUS)

O Terminal de Ônibus do Cais de Santa Rita, no Recife, é um retrato das dificuldades enfrentadas por passageiros do transporte público. Em meio ao calor, pombos, vendedores ambulantes e totens de paradas deteriorados, usuários aguardavam ônibus que agora exibem o novo valor do Bilhete Único: R$ 4,30. O reajuste, aprovado pelo Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), foi homologado pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) e começou a vigorar em 3 de janeiro.

Para muitos passageiros, o aumento de 4,29% no valor da tarifa, que passou de R$ 4,10 para R$ 4,30, não traz melhorias visíveis no serviço. “É uma porcaria”, desabafou Raylla Eloy, estudante de enfermagem, que paga meia passagem de R$ 2,15. Ela esperava o segundo ônibus do dia para chegar à Conde da Boa Vista. “Independente do valor, mesmo que fosse de graça, deveríamos ter um serviço bom”, acrescentou, em entrevista ao jornal Diário de Pernambuco.

Reclamações sobre a qualidade do transporte
A insatisfação também é compartilhada por usuários como Josiê Vicente, de 68 anos, que estava a caminho da Zona Sul. “Os ônibus não têm melhora, nem o metrô, nem o terminal. Nada muda. E a população segue sofrendo”, afirmou.

Cláudia e Camila Rocha, que utilizam o transporte público esporadicamente, destacaram os problemas enfrentados por quem depende das linhas que atendem regiões como Candeias. “Quem mora de Candeias para frente só tem uma opção de ônibus saindo daqui. Ele demora entre 40 e 50 minutos e já sai do terminal lotado”, comentou Cláudia.

Os ônibus opcionais, que teoricamente deveriam oferecer mais conforto com todos os passageiros sentados, também enfrentam críticas. “Até eles vão lotados”, relatou. Essas linhas também sofreram reajuste e agora custam R$ 8,29.

Impacto financeiro nos passageiros
Cleide Araújo, funcionária de um hospital, destacou o peso do aumento no orçamento dos usuários. “Eu nem critico quem pula a catraca. As pessoas precisam trabalhar, resolver coisas na rua. Esse aumento vai pesar no final do mês. Enquanto eu tiver passagem, estarei pagando”, declarou.

Sem melhorias para motoristas
Motoristas entrevistados pela reportagem confirmaram que o aumento na tarifa não impactará seus salários. O reajuste, segundo eles, não altera suas condições de trabalho ou benefícios.

Até o fechamento da reportagem, o Grande Recife Consórcio de Transporte não respondeu questionamentos da reportagem sobre melhorias no cotidiano dos usuários e rodoviários com o aumento nas tarifas.

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