Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Trampolim da Vitória)
O setor de ônibus no Brasil estima um crescimento de cerca de 20% em 2024, segundo Ruben Bisi, diretor do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre). A base de produção de veículos até outubro de 2023 foi de 16.539 unidades, enquanto o mesmo período de 2024 projeta alcançar 19.486 veículos, representando um aumento de 17,8%.
Embora os números indiquem recuperação, o setor ainda enfrenta reflexos dos desafios impostos pela pandemia, que resultaram em dois anos difíceis para operadores e fabricantes de carrocerias. “A frota envelheceu e a idade média subiu muito. Temos potencial para recuperar as vendas e reduzir essa média, mas fatores como altas taxas de juros, preços elevados de insumos e combustíveis, e a queda no número de passageiros estão retardando as compras”, destacou Bisi.
Segmentos com potencial de crescimento
- Urbano e rodoviário: A expectativa é de uma recuperação consistente a partir do segundo trimestre de 2024, impulsionada pela necessidade de renovação da frota.
- Escolar: A continuidade do programa Caminho da Escola, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), é considerada essencial para atender à demanda reprimida deste ano.
- Turismo: O setor deve continuar aquecido, alavancado pelo crescimento do turismo interno no Brasil.
Iniciativas governamentais e preocupações com a concorrência
Bisi destacou os programas governamentais que impulsionam o mercado, como o Caminho da Escola e as compras de ônibus urbanos a diesel e elétricos anunciadas pelo Ministério das Cidades, através do PAC 3 Mobilidade.
Apesar disso, o diretor do Simefre manifestou preocupação com a concorrência de produtos chineses. Ele apontou que, ao não enfrentarem os custos do Brasil e beneficiarem-se de subsídios cruzados, esses produtos comprometem a isonomia concorrencial no mercado nacional.
Com desafios e oportunidades à vista, o setor de ônibus busca equilíbrio entre a recuperação do mercado e a superação de barreiras econômicas e competitivas, visando um crescimento sustentável em 2024.